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Não precisa procurar longe, a resposta chega até você.
E o dia chegou.
Não era simplesmente Guarulhos x Minas. Era a primeira vez que Nery Tambeiro, traído pelo clube mineiro, enfrentaria o ex-time.
O técnico, dispensado pela diretoria no meio da temporada passada, acabaria sendo trocado por Guilherme Novaes, até então o treinador de Guarulhos.
Se o traidor encontra desculpa para a própria traição; o traído intimamente jamais perdoa quem o traiu.
Nery desconversa.
Faz bem.
A identificação com o projeto em quase uma década de serviços prestados não foi levada em consideração.
Demitir ou trocar qualquer profissional é direito do clube, mas a realidade é que o Minas poderia ter conduzido melhor o processo e trocar o comando.
Por que não?
A responsabilidade é uma hierarquia de escolhas e renúncias.
O Minas fez sua opção. E por cada escolha a sempre um preço a ser pago no final.
Nery Tambeiro deu ao time de Guarulhos o primeiro titulo estadual de sua história.
Paralelamente, o Minas, liderado por Guilherme Novaes, perdia novamente o campeonato mineiro para o Sada, ou seja, nada mudou.
Há um remédio para qualquer tipo de erro: reconhecê-lo.
Além de não reconhecer a falta de respeito e consideração na saída de Nery, o Minas decidiu sentar no rótulo de vice-campeão mundial, outro erro absurdo.
Quem conhece os bastidores do esporte sabe exatamente as circunstâncias da conquista da medalha de prata na Índia, sem absolutamente desmerecer o feito inédito.
Você até pode se enganar por algum tempo, mas não para sempre.
E a pior forma de se enganar é tentando se convencer.
A vitória de Guarulhos sobre o Minas teve sim sabor especial para Nery Tambeiro.
Das habilidades que o mundo sabe, essa ainda é que faz melhor: dar voltas.