O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), declarou que a União tem atuado como um banco que sufoca Estados superendividados ao não rever os indexadores e as condições de pagamento da dívida pública. “Tem que ser algo mais razoável. Muito já foi pago pelos Estados por causa da lógica anterior de funcionamento, que era (a correção pelo índice) IGP-DI + 6%. Os Estados já pagaram muito à União, então é preciso que se encaminhe para uma nova trajetória”, afirmou Leite, nesta sexta-feira (24), em entrevista ao Café com Política, na FM O TEMPO 91,7.
O Rio Grande do Sul é um dos entes federados que aderiram ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), em 2022, com objetivo de equacionar a dívida que chegava a R$ 91,1 bilhões no fim de outubro. O governador do Estado afirmou que vem tentando estabelecer um diálogo com o Palácio do Planalto a fim de reduzir os juros da dívida e remodelar os termos do RRF, a fim de “afrouxar o torniquete que limita nossa capacidade de movimentos no orçamento”.
“São incontáveis as reuniões que fiz com o ministro Fernando Haddad (PT) e mesmo com o presidente Lula (PT). Quando ele veio ao Rio Grande do Sul, fiz questão de recebê-lo em um almoço no Palácio Piratini com todos os dados, para passar a ele as informações que dão clareza da importância de se resolver o tema da dívida pública dos Estados”, comentou o governador gaúcho.
Leite afirmou ainda que tem acompanhado as movimentações do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que apresentou, na terça-feira (21), uma uma proposta para renegociar a dívida de Minas Gerais com a União sem que seja necessária a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal. Até o momento, no entanto, o tucano disse não ter sido convidado pelo parlamentar para participar das negociações. “O presidente (do Senado), Rodrigo Pacheco (PSD-MG) é conhecedor da minha luta pela dívida. Não fui consultado antes pela proposta que ele encaminhou, mas estou buscando conhecer e vamos buscar nos inserir nesse debate que interessa ao Brasil como um todo”, declarou.