Sessão nesta quinta-feira 15. Foto: João Gilberto/ALRN
Com a obstrução da base governista – que permaneceu ausente durante a sessão plenária desta quinta-feira 15 da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte – a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará os gastos do Governo do Estado durante a pandemia da Covid-19 ficará para a próxima semana. Em resposta aos colegas parlamentares e à população potiguar, o presidente da Casa Legislativa, deputado Ezequiel Ferreira (PSDB), esclareceu que a presidência está obedecendo rigorosamente o regimento interno e as ordens procedimentais da Casa. A votação da resolução ficou para a próxima sessão plenária, terça-feira 20.
“É de conhecimento de todos, mas nunca é demais reiterar que esta presidência, sem qualquer postura omissa, sempre obedeceu ao regimento e as ordens procedimentais desta Casa. O requerimento para instalação da CPI, assinado por dez deputados foi recebido e em atenção às regras do requerimento: o fato determinado, o prazo certo e o número mínimo das assinaturas. Sendo conferida a tramitação legítima da proposição, com aplicação irrestrita aos procedimentos legais”, afirmou o presidente.
Ezequiel Ferreira esclareceu que apesar de não ter sido instalada, a CPI existe. “Portanto informo aos senhores que caso o projeto não seja votado até a próxima terça-feira 20, última sessão antes do recesso, procederei na forma do artigo 56 e 66, parágrafo primeiro do regimento. Que requer a nomeação dos membros e instala a Comissão. E não o faço por tendência ou vontade pessoal ou política, mas porque é esse o comando do regimento e eu irei cumpri-lo se não houver a votação”, disse.
A resolução, além da nomeação de membros também fixa data para reunião e eleição dos cargos de presidente e vice da CPI, além da designação de relator. O deputado afirmou que, sem demora, o assunto foi apreciado pela Mesa Diretora, que escolheu em votação que a Comissão teria cinco membros titulares e suplentes e de imediato foram ouvidos os líderes, que indicaram em sessão plenária os deputados que comporiam a CPI, conforme o cálculo de representação proporcional das bancadas formadas nesta Casa.
Também focado na pauta da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o deputado estadual Kelps Lima (SDD) fez pronunciamento na Assembleia. Ele apresentou a versão dele em relação ao argumento que ocasionou o esvaziamento dos deputados da base governista no plenário da Casa Legislativa.
“A bancada do governo preferiu não estar aqui para discutir e instalar a CPI da Covid, depois de milhares de mortes, de pessoas contaminadas, de pessoas com sequelas, gente que perdeu o emprego”, destacou o parlamentar.
Em relação à ação judicial do deputado Jacó Jácome (PSD), Kelps Lima afirmou que “a ação já foi derrotada duas vezes na justiça e, mesmo que ganhe, não altera a composição da CPI”.
“Se os deputados estivessem aqui, eu os convidaria para irmos na Procuradoria fazermos os cálculos necessários. Em uma leitura básica do Regimento Interno, nosso bloco terá maioria na CPI em qualquer situação. A única mudança que pode ter, caso seja recalculado, é que o PT sai da CPI. Que fique claro para a sociedade que esse argumento de motivo de adiamento da CPI é no mínimo equivocado”, informou.
José Dias reforça necessidade de instalação da CPI da Covid no RN
O deputado estadual José Dias (PSDB) falou durante o pronunciamento que fez na Casa, nesta quinta-feira 15, sobre a ausência dos deputados da base governista no plenário por ocasião das discussões sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.
“A base do governo alega que tem dispositivo do regimento desfavorável, mas o dispositivo tem contradição com a Constituição brasileira. Somado a isto, há uma decisão judicial que vem de encontro com nosso pleito e tudo é desprezado com alegações sem sustentação,” alega o parlamentar.
José Dias enfatizou que os deputados querem uma Comissão que não seja “chapa branca”. “A CPI tem que ter uma maioria equilibrada, constitucional, para poder fiscalizar, dentro da lei, do respeito humano, da civilidade, aquilo que está errado”, declarou.