Durante o julgamento da chamada “pauta verde” no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira, o ministro Alexandre de Moraes lembrou declarações polêmicas sobre a proteção à natureza de dois ministros do governo de Jair Bolsonaro: Paulo Guedes (ex-ministro da economia) e Ricardo Salles (ex-ministro do meio ambiente).
Moraes criticou o fato de que, diante de toda a crise na Amazônia, o ex-ministro do governo anterior afirmou que “o Brasil é um pequeno transgressor apenas ambientalmente”, em referência à fala de Guedes, mesmo sem mencionar nomes. Ele ainda mencionou que as medidas da pauta verde poderiam “estancar a boiada”, fazendo alusão à famosa frase de Salles, que sugeriu ao governo aproveitar a pandemia de Covid-19 para realizar alterações na área ambiental e “passar a boiada” para mudar todas as normas.
Ao manifestar seu voto a favor da adoção de medidas para prevenir o desmatamento na Amazônia, mas contra a declaração do estado das coisas inconstitucionais, Moraes explicou que o Brasil adotou, desde 2023, ações governamentais, ainda que insuficientes, para avançar na preservação e combate aos incêndios.
Ele ressaltou que houve uma mudança de postura do Poder Executivo ao implementar condutas governamentais para frear a destruição ambiental, como mencionado por um ex-ministro do meio ambiente. Isso marcou o início de uma abordagem mais séria em relação ao meio ambiente.
Moraes também destacou a credibilidade internacional da atual Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que contribui para a política ambiental e para a captação de recursos de outros países para projetos ambientais no Brasil. Embora a situação ainda não tenha sido totalmente resolvida, ele afirmou que não seria adequado classificar a situação atual como um estado de coisas inconstitucional.