A mulher que está acusando Daniel Alves de um crime sexual reafirmou sua versão durante o primeiro dia do julgamento do jogador brasileiro. Outra mulher que testemunhou na segunda-feira também mencionou que o jogador a apalpou antes do abuso. Além da mulher que acusa Daniel Alves, outras cinco pessoas prestaram depoimento na segunda-feira: uma amiga e uma prima da denunciante, dois garçons e um porteiro da boate onde o incidente ocorreu. O julgamento continua nesta terça-feira.
Um dos depoimentos durou 1 hora e meia. A mulher que acusa o jogador permaneceu com a sua imagem protegida por um biombo para evitar contato visual com o jogador, e falou sobre ter ido para a área VIP da boate Sutton, onde um garçom a levou para a mesa de Daniel Alves.
De acordo com seu depoimento, eles dançaram juntos e, em determinado momento, o jogador pediu que ela o seguisse até uma porta. A mulher afirmou que percebeu que se tratava de um banheiro somente quando entrou no cômodo. Foi nesse momento que o atleta usou a força para violentá-la, sem o uso de preservativo, e ejaculou.
Uma das amigas que estava com a denunciante na noite do ocorrido chorou ao contar que a amiga saiu do banheiro “chorando bastante” e “de coração partido”, dizendo repetidamente aos amigos que o jogador a havia prejudicado muito. A testemunha contou que a mulher inicialmente hesitou em fazer a denúncia por acreditar que não seria acreditada, mas resolveu ir à polícia dois dias após ser convencida pelos colegas.
A prima da denunciante disse que desde o início se sentiu desconfortável com a presença do jogador, relatando que ele a tocou em uma região íntima enquanto dançavam. Ela contou que viu Daniel Alves se dirigir a uma porta que ela pensou ser uma saída para fora da boate e disse para a prima “ir falar com ele”.
Minutos depois, o jogador saiu pela porta com uma “cara feia”. Logo em seguida, a mulher saiu pela porta, dizendo que precisava ir para casa porque ele a havia prejudicado muito. Segundo o relato da prima da denunciante, a mulher que acusa Dani Alves começou a tomar antidepressivos, não está trabalhando e só sai de casa quando a família insiste.
A audiência está sendo realizada em três dias consecutivos, com término previsto para quarta-feira. O brasileiro alega inocência e afirma que a relação sexual foi consensual. Ele mudou de versão sobre o caso várias vezes, trocou de defesa e teve três pedidos de liberdade provisória negados, com a Justiça citando risco de fuga. A pena para este tipo de crime no país é de até 12 anos de reclusão. Ainda não há prazo para o anúncio da sentença. (Estadão Conteúdo)