O rapto de uma menina de 3 anos na cidade de Cascavel, no Paraná, terminou após 20 dias com o resgate da criança e a prisão da mãe biológica, uma mulher de 18 anos, e do namorado dela, de 30. Os três foram localizados na última quarta-feira (31 de janeiro) a mais de 1,6 mil quilômetros de distância, na cidade de Governador Valadares, na região do Rio Doce, em Minas Gerais.
Nesta quinta-feira (1º de fevereiro), a delegada Fabíola Oliveira, da Delegacia Especializada Antissequestro da Polícia Civil de Minas, conversou com a imprensa e deu detalhes sobre o caso. Ela conta que a instituição foi acionada pela delegacia do Paraná, que descobriu que a suspeita poderia ter trazido a criança para o Estado.
“No início desta semana chegaram informações de que eles poderiam fugir e, por isso, precisávamos de uma ação mais rápida. Deslocamos para a cidade e, após dois dias de diligências, descobrimos um segundo endereço onde a criança poderia estar”, detalhou.
Visando a segurança e buscando não traumatizar a garotinha, os policiais abordaram primeiro a mulher, na rua, e, em seguida, localizaram o namorado dela e a criança em outro imóvel.
“Quando a gente estava lá na casa, a menininha já veio se aproximando e eu chamei por ela, que já veio para os meus braços. A gente tentou fazer de uma forma mais leve possível, dando bastante atenção e carinho para que ela não sentisse tanto”, detalhou Fabíola.
Possível adoção de criança fez mãe decidir raptá-la
Ainda conforme a delegada, as informações passadas pela polícia do Paraná indicam que a mãe teve a criança aos 15 anos, sendo que a Justiça decretou a perda da guarda pois a menina sofria de maus-tratos.
“Há 3 anos ela está em famílias substitutas. Pelo que a gente conversou com a mãe biológica, ela queria resgatar essa relação de mãe e filha. Ela resolveu sequestrar essa criança ao tomar conhecimento de que o poder familiar realmente havia sido retirado dela e que a criança seria colocada para adoção”, lembra Fabíola Oliveira.
A delegada aproveita para orientar pessoas em situação parecida. “A gente sempre fala que é melhor buscar a via legal para regularizar a situação. Se você acredita que tem melhores condições para ficar com uma criança, procure o poder judiciário, pois não é cometendo um crime que isso vai se resolver”, completou.
Menina volta para casa nesta quinta
Até a manhã desta quinta-feira a menina de 3 anos ainda estava em Belo Horizonte. Entretanto, segundo Fabíola Oliveira, ela embarcará nesta tarde para o Paraná. “Muito provavelmente no final da noite ela já estará sendo devolvida para a família”, garantiu.
Na hora do resgate, a criança estava tranquila, bem cuidada e alimentada, ainda conforme a policial. “Ela é uma criança super inteligente, muito feliz. Nós (policiais) até nos surpreendemos, diante da situação em que ela vive, a gente vê que é uma criança muito amorosa, carinhosa. Quando nós chegamos, ela estava bem vestida, estava bem cuidada”, concluiu a delegada Fabíola.