Ana Vitória sepultou o filho de 4 anos, no dia 10 de agosto. Dois dias depois a avó dela morreu. A mulher denuncia a UPA Ressaca, em Contagem, na região metropolitana e a UPA Pampulha, em Belo Horizonte de negligência médica
“Se meu filho tivesse sido diagnosticado corretamente ele estaria aqui. Agora o que me resta é o atestado de óbito dele. O que potencializa a minha dor é que minha avó também passou pelo mesmo descaso e também morreu na mesma semana”. Esse é o relato funesto e emocionado de Ana Vitória da Silva, de 20 anos.
O filho dela, Enzo Gabriel Lima da Silva, morreu no dia 10 de agosto, vítima da febre maculosa – doença causada pela picada do carrapato. Dois dias depois de sepultar o menino, a mulher também perdeu a avó, Ana Josefa da Silva, de 73 anos, para a febre maculosa.
Ana denuncia de negligência médica a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Ressaca, em Contagem, na região metropolitana, e a UPA Pampulha, em Belo Horizonte.
De acordo com a mãe da criança, no dia 29 de julho, quando foi dar banho no filho ela percebeu um carrapato na virilha dele. Ela retirou o inseto e no mesmo dia o menino começou a sentir febre alta. De imediato ela diz ter levado a criança até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Ressaca, em Contagem, na região metropolitana, e contado para o médico que só receitou uma pomada para a região da picada e um medicamento para dor de ouvido.
Como a febre e as dores aparentes que o menino sentia pelo corpo não cessavam, dias depois a mãe procurou novamente a UPA Ressaca, em que saiu com o diagnóstico de dor de garganta. Insatisfeita com o atendimento, a mulher procurou a UPA Pampulha, em Belo Horizonte, local que obteve o diagnóstico de virose. Dando os medicamentos receitados pelo médico Ana não percebia a melhora do filho, e por conta própria ela levou o filho para o Centro Geral de Pediatria, em Belo Horizonte.
No dia 8 de agosto a criança foi internada no hospital em estado grave, dando paradas cardíacas constantes. No dia 10 de agosto a criança morreu e somente no dia 16 de agosto, a mãe recebeu do hospital a certeza que a criança havia morrido de febre maculosa. “No hospital os médicos fizeram diversos exames para ver se Enzo de fato estava com febre maculosa, porque ele apresentava vários sintomas da doença, mas os exames não apontavam nada porque provavelmente os medicamentos prescritos pelos outros médicos estavam mascarando a doença”, disse Ana.
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