O motorista que admitiu ter causado a morte de um policial militar após invadir a contramão de uma avenida e atropelar a vítima na manhã deste sábado (6), teve a prisão em flagrante confirmada pela Polícia Civil no início desta noite, após o suspeito prestar depoimento. Ele deve responder por homicídio.
O segundo sargento Ronei dos Santos, de 48 anos, pilotava uma motocicleta quando foi derrubado pelo carro do suspeito, de 51 anos, que entrou na contramão da avenida Heli Alencar da Silveira, no bairro São Geraldo, em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte. A vítima chegou a ser socorrida, mas morreu ao dar entrada em uma unidade de saúde do município.
Em entrevista exclusiva ao jornal O TEMPO, o motorista do carro alegou que teve a visão ofuscada pelo sol da manhã, o que o teria levado a invadir a faixa contrária. Ele relatou que chegou a desviar de outros dois motociclistas, mas não enxergou a moto de Ronei e a derrubou.
O suspeito, que será identificado apenas como João, alega que permaneceu no local para prestar socorro à vítima e teria se chocado ao descobrir que se tratava de um conhecido. “Assim que eu desci do carro para prestar socorro, por incrível que pareça, já tinha mais gente da polícia no local, já prestando socorro. Foi quando um policial me disse quem era a vítima. Nessa hora eu fiquei em choque, porque eu o conhecia”, contou.
Encaminhado à delegacia, o suspeito foi submetido ao teste do bafômetro, que deu negativo. “Antes eu tivesse bebido, que aí eu não teria saído de casa e isso não teria acontecido”, desabafou.
Apesar das alegações, porém, o delegado de plantão decidiu ratificar a prisão em flagrante pelo crime de homicídio. Procurada pela reportagem, a advogada de defesa do suspeito, Daniela Soares, disse que vai tentar reverter a decisão na Justiça.
O corpo de Ronei passou por perícia no Instituto Médico-Legal e foi liberado para a família na tarde deste sábado.