Nesta quarta-feira, 22, Cristiane Britto, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, falou, pela primeira vez, em relação ao caso da menina que foi estuprada com dez anos de idade.
O caso se tornou público após trechos de audiência serem divulgados, no qual a juíza Joana Ribeiro Zimmer, fez uma série de abordagens para à criança. Apesar da menina junto da mãe terem recorrido ao poder judiciário, a juíza tentou convencê-la a “suportar mais um pouquinho” para permitir que o feto pudesse ser retirado com vida. A criança foi colocada em um abrigo por decisão da juíza.
“O comentário que faço deste caso é que está tudo errado na forma de abordagem”, afirmou Cristiane ao relacionar à divulgação dos fatos, pela imprensa, como “criminosa”.
“Ninguém está falando da violência pela qual esta garota passou. Do estupro. Ninguém está falando que, agora, precisamos parar e pensar onde nós erramos. Por que crianças com esta mesma idade estão sendo vítimas de estupro no Brasil todo”, disse Cristiane ao em um evento em Belém (PA).
“O foco, agora, é cuidar, e não expor esta criança que está sendo revitimizada a cada vez que uma notícia desta é veiculada – muitas vezes, de forma irresponsável, a depender da narrativa”, relatou a ministra. Logo após, disse que não estava à vontade para falar da decisão de Joana Zimmer.
“Não tenho acesso aos autos, não conheço o processo e, por isso, não me sinto à vontade e seria leviano eu fazer algum tipo de comentário jurídico sobre o caso. A mensagem que quero transmitir é: vamos pensar onde nós erramos e pensar em políticas públicas que eliminem todo o tipo de violência contra nossas crianças”, disse Britto.
Até agora, o caso está em tramitação na comarca de Tijucas, em Florianópolis. No entanto, já foi solicitado medidas para apurar a decisão e em relação a divulgação do caso envolvendo uma criança.
As informações são da Agência Brasil.