Vazou.
O que a diretoria do Minas temia, aconteceu.
Após a crise envolvendo a saída de Murilo Radke, derrubado pelo técnico Guilherme Novaes, o blog foi procurado pelos jogadores.
A maioria pediu para que o nome fosse preservado.
Segundo consta, a premiação de 100 mil dólares, valor repassado na íntegra pela FIVB, Federação Internacional de Vôlei, ao clube pela conquista do vice-campeonato mundial, não chegou as mãos dos atletas.
Não chegou e não vai chegar.
‘O acordo era simples. 60% para o clube e 40% para nós jogadores e a comissão técnica’. O clube ficou com 100% e simplesmente não cumpriu o combinado’, disse um deles.
E assim foi.
Logo após a chegada da delegação ao Brasil, os jogadores foram informados que não receberiam nada e que o Minas ficaria com os US$ 100 mil.
‘Quando voltamos da Índia o nosso diretor informou que o Presidente do Minas não ia repassar o dinheiro da FiVB alegando que não é clube de futebol. Sugerimos soltar na mídia ou fazer reunião com o presidente e nos foi negado esse direito’, cravou outro jogador.
A coisa foi além. O Minas, segundo eles, ameaçou diretamente o grupo, que se curvou na época, mas perdeu o medo dois meses depois, especialmente depois do desentendimento entre Murilo e Guilherme Novaes.
“O Minas avisou que se vazasse alguma coisa na mídia, o presidente pegaria os contratos de todos os jogadores, colocaria na mesa e jogaria com time juvenil’, confessou um dos líderes do time.
O Minas perdeu a final do Mundial para o Perugia por 3 a 0 e conquistou o inédito vice-campeonato em dezembro. Só que até hoje ninguém viu a cor do dinheiro.
‘Não temos acesso ao presidente e não sabemos onde vai parar o dinheiro’, indagou outro integrante do grupo de atletas. O curioso é que quando o time feminino foi vice-campeão mundial recebeu 100% do valor da premiação dividido entre atletas e staff. E no masculino o dinheiro ‘vai para o clube’ e não pode se questionar com risco de ser demitido’, desabafou um deles.
Até onde o blog chegou, nenhum atleta, nem o capitão, teve o direito de participar de qualquer reunião entre diretoria e presidência.
O Minas alega, segundo os jogadores, que a verba não teria sido repassada porque serviu para cobrir as despesas da viagem ao Mundial.
Como assim?
‘É a pior justificativa que poderiam criar. Quer dizer então que não acreditavam no nosso potencial? E mais: ninguém obrigou o Minas a jogar o Mundial. Eles mandaram o time por opção própria. Fomos traídos. Não cola’.
Não mesmo.
Ó blog fez contato com a assessoria de imprensa de clube antes de publicar a matéria, mas não obteve retorno.