O sargento da Polícia Militar que se trancou em um motel na região Oeste de Belo Horizonte foi socorrido em estado grave para o Hospital João XXIII nesta quarta-feira (10 de abril). As negociações duraram mais de seis horas.
“Ele deu um tiro na cabeça e foi levado em situação muito crítica para o hospital. A situação do nosso colega se agravou na segunda-feira (8 de abril), quando ele feriu medidas protetivas em relação a questões de violência doméstica, por conta de uma agressão contra a ex-esposa”, disse o tenente-coronel Flávio Santiago, chefe do Centro de Jornalismo Policial (CJP).
O tenente-coronel destacou a rapidez do atendimento que aconteceu logo após o disparo — que foi efetuado pelo sargento. “Em alguns momentos, ele cedeu durante as negociações, mas, mesmo assim, estava muito irredutível. O ambiente do motel foi esvaziado para que se evitasse mais danos. Assim que ele atirou, as equipes entraram e atenderam. O policial deixou o local em uma maca.
O estado de saúde do militar é o que mais preocupa as forças de segurança. “Foram mais de seis horas de negociações e, infelizmente, ele efetuou o disparo. A situação é muito precária sobre o estado de saúde. Estamos levantando mais informações, mas há uma descrença dos médicos”, afirmou.
Mandado de prisão
O descumprimento das determinações judiciais resultou na expedição de um mandado de prisão em desfavor do agente de segurança. “O policial estava em licença psicológica por conta dos processos envolvendo o caso de violência doméstica e teve a arma recolhida. A arma usada para efetuar o disparo no motel será investigada. Por ter ferido as medidas protetivas em relação à violência doméstica e ter agredido a ex-esposa, ele teve o mandado de prisão expedido contra ele”, detalhou o tenente-coronel.
Negociações
Outros policiais foram chamados para auxiliar as autoridades durante as negociações, conforme citou Santiago. “No momento da expedição do mandado de prisão, o nosso serviço de inteligência localizou onde o sargento estava e deslocou para cá visando a negociação e redução de danos. Nós tínhamos equipe tática e técnica atuando. Ainda trouxemos colegas de trabalho de muito tempo, mas, infelizmente, ele se mostrou irredutível”, disse.
Relembre o caso
O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) foi acionado para negociar com um policial militar que se trancou dentro de um quarto do motel Barão, na avenida Barão Homem de Melo, na região Oeste de Belo Horizonte. A dona do estabelecimento, Cristiane Merino, informou que o homem chegou ao local na noite dessa terça-feira (9 de abril) para passar a noite. Na manhã desta quarta-feira (10), um colega do militar relatou à direção do motel que o homem estaria ameaçando tirar a própria vida.
A partir dessa informação, militares especializados foram até o local para tentar negociar a saída do sargento. A corporação foi acionada por volta de 10h. As negociações duraram seis horas. A energia foi cortada para facilitar as negociações, segundo Cristiane. Os policiais se posicionaram na garagem do quarto para tentar articular a rendição do policial. “Ele se negou a sair do quarto, a gente desligou o ar condicionado e a energia. Não havia nenhum cliente lá dentro”, disse Cristiane.
Quem estava no estabelecimento precisou sair. Ela afirmou ainda que o homem não pediu bebidas alcoólicas durante a noite, apenas água. Ele também não agrediu nenhum profissional do estabelecimento e apresentou um comportamento tranquilo.