Marina Silva: “As 20 maiores economias do mundo, detentoras de 80% dos recursos financeiros globais e responsáveis por 80% das emissões, têm o poder de alavancar mudanças significativas”. Foto: Agência Brasil
Nesta sexta-feira 12, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva, inaugurou em Brasília a reunião presencial de dois dias do Grupo de Trabalho (GT) de Sustentabilidade Ambiental e Climática do G20. A iniciativa conta com a presença de mais de 90 delegados de 53 nações do G20, um grupo composto pelas 19 maiores economias globais, além da União Europeia, União Africana e países convidados.
No primeiro dia de encontro, os representantes discutiram dois dos cinco temas prioritários para este ano: Oceanos e Adaptação preventiva e emergencial diante de eventos climáticos extremos. Os temas restantes são: Resíduos; economia circular; Valorização e pagamentos por serviços ecossistêmicos.
Marina Silva enfatizou a responsabilidade das grandes economias globais na luta contra as mudanças climáticas: “As 20 maiores economias do mundo, detentoras de 80% dos recursos financeiros globais e responsáveis por 80% das emissões, têm o poder de alavancar mudanças significativas.”
Brasil busca liderar pelo exemplo no G20
Liliam Beatris Chagas de Moura, ministra das Relações Exteriores e diretora do Departamento de Clima, ressaltou a boa receptividade das sugestões brasileiras e detalhou a estratégia nacional para os próximos meses. “Vamos além de grandes recomendações. Nossa meta é ser mais específicos, oferecendo instrumentos concretos para impulsionar as agendas dos países do G20. O objetivo é que o G20 lidere pelo exemplo.”
Ana Toni, secretária de Mudança do Clima do MMA, destacou a importância do compromisso com a proteção dos oceanos e a necessidade de incluir essa proteção nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) dos países. A ideia é desenvolver um Planejamento Espacial Marinho para preservar os oceanos.
Brasil prioriza continuidade e sustentabilidade no G20
Diferentemente de outras sessões do G20, a presidência brasileira deste ano não buscará uma declaração negociada. Marina Silva explicou: “Teremos uma manifestação do Brasil com parágrafos de cada país, facilitando uma sinalização mais forte do pensamento acumulado.”
Ela também reforçou o respeito aos legados das presidências anteriores, Indonésia e Índia, ambos países em desenvolvimento. “Buscamos um processo cumulativo para criar um ciclo de prosperidade sustentável, combatendo desigualdades e respeitando a capacidade de suporte do planeta.”
O encontro técnico do GT de Sustentabilidade Ambiental e Climática do G20 continua neste sábado (13), e de acordo com o calendário do G20, após a reunião em Brasília, está previsto um novo encontro no Amazonas. O quarto encontro acontecerá em outubro no Rio de Janeiro, seguido pela Cúpula final em novembro na capital fluminense.