A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) registrou lucro líquido atribuível aos seus acionistas de R$ 1,94 bilhão no segundo trimestre deste ano, alta de 80% na comparação ao mesmo período do ano passado. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de 1,32 bilhão de reais, um avanço de 39,2% na comparação anual.
O bom desempenho refletiu nas ações da empresa na B3, que fechou em alta de 2,81% após a divulgação dos resultados. Os papéis da companhia estão cotados a R$ 11,93. “Nosso lucro mais que dobrou. Nos seis primeiros meses deste ano, passamos os lucros do ano passado todo e de 2018. Nossas ações tiveram o segundo maior crescimento e o maior resultado enquanto a bolsa praticamente caiu”, explica o Diretor de Finanças e Relações com Investidores da estatal, Leonardo George de Magalhães, que ressalta que o resultado foi influenciado, principalmente, pelo reconhecimento do ressarcimento do risco hidrológico (GSF), pela antecipação de receita referente à prestação de serviços de comercialização, decorrente de negociação com consumidor livre, e pelo recálculo do componente financeiro da remuneração do sistema existente da rede básica.
Houve ainda um aumento de 12,4% na energia distribuída, e o volume de gás vendido pela Gasmig cresceu 85,7%, em comparação com o segundo trimestre do ano passado, em função da forte recuperação do segmento industrial e do despacho de térmicas.
“A abertura do comércio na comparação com o ano passado já teve efeito no nosso mercado de energia, a companhia tem trabalhado em eficiência operacional e melhorado a gestão de custos”, ressalta Magalhães que cita os programas de desligamentos de funcionários e dispensa de hangares e aviões particulares. “Tínhamos dois prédios na Avenida Barbacena e agora estamos com um. São medidas eficientes que visam reduzir custos extras com aluguéis. Desde 2019 reduzimos 25% dos cargos gerenciais e isso não significou piora do atendimento”, pontua o diretor.
Na comparação de julho do ano passado a julho deste ano,índice que mede a duração equivalente por consumidor das interrupções de energia na rede da distribuidora foi de 9,46 horas, abaixo do registrado em 2020, de 9,57 horas, o menor da história da Cemig.
Investimentos
Para este ano, a Cemig prevê o investimento de quase R$ 3 bilhões, R$ 1 bilhão a mais do que no ano passado. Segundo o diretor de Distribuição da estatal, Marney Tadeu Antunes, o plano de investimentos da companhia, que vai até 2025, pretende focar, principalmente, nos consumidores da zona rural. Nos próximos anos, serão investidos R$ 22,5 bilhões em geração, transmissão e distribuição de energia, geração distribuída e comercialização de gás. “Nosso objetivo é levar mais emprego e desenvolvimento. Deixando a rede mais robusta, suportando maior demanda. Queremos atender cada vez mais clientes, transformando a agricultura de subsistência em agronegócios”, pontua.
Para o segundo semestre, a companhia pretende instalar 7.500 religadores automáticos, além de entregar 30 subestações e 840 quilômetros de linha de alta tensão. “Isso vai beneficiar a população mais carente, da zona rural, para que produtores que tenham, hoje, transformadores de baixa potência consigam ter mais energia. A questão dos religadores é essencial para o rápido restabelecimento em caso de ocorrências no sistema elétrico na zona rural. O sistema já identifica o ponto onde houve a interferência e liga automaticamente, diminuindo o tempo, não precisa esperar uma equipe ir até lá”, explica Antunes, que estima que com o novo sistema a companhia diminuiu em até 30% o tempo de atendimento dos clientes na zona rural.
.