Enfrento luta desigual como pré-candidato ao senado. Encontro forças para prosseguir, relembrando episódios da minha vida, quando acreditei em propostas e na liberdade do povo votar. Em 1966, com 21 anos, aceitei convite de Odilon Ribeiro Coutinho para ser um dos fundadores do MDB no RN. Com vocação política, disputei o mandato de deputado federal.
Combinado
O partido me emprestou Kombi usada com som e motorista. A gasolina e alimentação tive de pagar. Certa vez, saindo do Grande Hotel de Mossoró não tinha um centavo no bolso para quitar a conta. Ofereci como garantia um relógio “Lanco”, que recebera do meu pai. Chico Ricarte, o dono do Hotel, ouviu minha oferta e liberou para que pagasse depois. Assim fiz.
Campanha
Sem apoio de nenhuma liderança política, parava de cidade em cidade, usava um “tamborete” como palanque e falava nas praças e esquinas. Sozinho. Abertas as urnas, tive mais de 8 mil votos (hoje seriam mais de 50 mil). O MDB não atingiu o quociente eleitoral. Houve quem se elegesse, com 6 mil votos.
Gesto
Guardo na memória, com gratidão, o gesto espontâneo do então jornalista Tarcísio Monte (depois Juiz do Trabalho), meu colega no jornal “A Ordem”, que escreveu artigo de primeira página, com o consentimento de D. Eugenio Sales, apoiando o meu nome para deputado federal, enfrentando a vigilância militar, que considerava o MDB partido antirrevolucionário.
Pré-campanha
Atualmente, quando indagam sobre a minha estrutura de apoio como pré-candidato ao senado em 2022, respondo que é a mesma de 1966: Deus e a consciência livre do povo. A diferença é que tenho para oferecer 24 anos de experiência no Congresso Nacional, com um trabalho concreto, que me valeu sempre estar entre os 100 melhores parlamentares do país, por escolha de órgão do PT.
Advogado
Ganhar ou perder faz parte do jogo. Só não posso é omitir-me do encargo de ser o “advogado do RN”, no Senado Federal em 2022.
Incêndio
A mídia registra que Ciro Gomes (PDT) incendiou todas as pontes que poderiam levá-lo a apoiar Lula segundo turno, ao declarar que jamais estará do lado de um ladrão conhecido e que deveria estar na cadeia
E Carlos Eduardo?
No RN, com quem ficaria Carlos Eduardo nessa hipótese, se for eleito senador?
Clorisa
A candidata a governadora do RN Clorisa Linhares, do Partido da Mulher Brasileira, faz uma campanha silenciosa, com reuniões e debates. Tem deixado excelente impressão das ideias que defende.
Thaisa I
A competente jornalista Thaisa Galvão mostra com números, que em eleição de governador e senador no RN o eleitor vota livremente. Os apoios de redutos funcionam, em parte, na eleição proporcional. Majoritária, não.
Thaisa II
Rosalba Ciarlin, em 2010, tinha pouquíssimos apoios de prefeitos e vereadores. O seu opositor senador Fernando Bezerra, presidente da poderosa CNI, tinha apoio de mais de 150, dos 167 prefeitos do estado. Rosalba ganhou.
Thaisa III
Em 2014, o deputado Henrique Alves trouxe para apoiá-lo ao governo o seu adversário José Agripino e contava com quase todos os prefeitos do RN. Robinson Faria praticamente não tinha apoios tradicionais e ganhou a eleição, junto com Fátima Bezerra para o senador.
Thaisa IV
Em 2018, Carlos Eduardo contava com a imensa maioria dos prefeitos. Fátima Bezerra ganhou quase sem prefeitos.
Atualmente
Em 2022, o candidato Rogério Marinho é ecumênico e tem apoios até de antibolsonaristas ferrenhos. Carlos Eduardo conta com a máquina estadual. Rafael Motta manejou milhões de reais de verbas parlamentares para prefeitos. Qual será o resultado final? Será que o passado se repetirá?