Kátia Pires durante entrevista nesta quarta-feira 14. Foto: Agora RN
Em uma entrevista exclusiva ao jornal Agora RN, a vice-prefeita de Parnamirim, Kátia Pires (DEM), avaliou as gestões dos executivos no contexto da pandemia, e se disse fiel ao ex-senador José Agripino (DEM), que, segundo ela, aguarda as definições das possíveis reformas eleitorais.
Questionada sobre a atuação do governo federal, ela disse que Jair Bolsonaro poderia ter evitado a morte de mais de 500 mil pessoas. O presidente da República é investigado em uma CPI no Senado que apura omissão no combate à pandemia,
Kátia Pires foi vereadora na cidade por cinco mandatos. Em 2020, ela abriu mão de mais uma possível reeleição para assumir, junto com Rosano Taveira (Republicanos), a Prefeitura de Parnamirim. Na eleição passada, ela conseguiu eleger a filha, Carol Pires, que hoje ocupa uma cadeira no legislativo pelo Democratas.
Confira a entrevista na íntegra:
Agora RN – Como tem sido essa troca da senhora do legislativo pelo o executivo?
Kátia Pires – No começo foi difícil, porém, o cargo de vice-prefeito não tem uma atribuição diária. Nós nos reinventamos e fizemos pautas próprias, de lutas, e buscando melhorias para a cidade. Estamos visitando e buscando pautas que visam melhorias para os jovens e estamos dando continuidade ao trabalho que vínhamos fazendo para Parnamirim.
Agora RN – De que forma a senhora avalia a gestão do município no contexto da pandemia?
Kátia Pires – Todos nós fomos pegos de surpresa com essa questão da pandemia. Parnamirim saiu na frente. O município montou o primeiro hospital de campanha do Estado. A Prefeitura deu prioridade em cuidar do povo, salvar vidas. Nós paralisamos obras de infraestrutura que estavam em andamento para cuidar da vida das pessoas. Instalamos 10 leitos de UTIs, depois o prefeito foi até Brasília e consegui 10 respiradores. Hoje esses leitos estão praticamente desocupados em função da queda nos números de casos. O município atendeu inclusive pacientes de outros municípios próximos. Então, avalio de forma bem positiva.
Agora RN – Em relação ao governo do estado, como a senhora avalia a gestão da governadora e a relação do município de Parnamirim com o Estado?
Kátia Pires – Ninguém estava preparado para isso. Vimos a situação do Amazonas e outros estados. Na minha opinião todos baixamos as bandeiras políticas e fomos juntos cuidar da vida das pessoas. Vejo uma relação boa nesse contexto. Vejo uma dedicação muito grande da equipe de saúde do Estado, do Comitê Científico. Em relação às ações, vejo uma boa relação da cidade com o governo.
Agora RN – No âmbito nacional, de que forma a senhora analisa a atuação do executivo?
Kátia Pires – Demorou muito. Tenho a mesma opinião de muitos, de que se demorou para entender a gravidade de situação. Poderia ter evitado a morte de mais de 500 mil pessoas. Essa questão da CPI, por mais que seja uma prerrogativa do Senado, vejo muito como uma mistura de interesses. Mas quando vimos que houve um desencontro, falta de informação, isso atrapalhou muito no controle da pandemia. Depois que a situação tomou uma grande proporção foi que entenderam que deveria ser feito algo. A vacina demorou muito a chegar. Enquanto nós ficamos gritando pela vacina, o presidente menosprezou o tamanho do problema, dizendo que era uma gripezinha, fato que atrapalhou muito o controle da doença.
Agora RN – Em relação as eleições do ano que vem, a senhora já tem alguma pretensão para apoio, ou pretende concorrer?
Kátia Pires – Em política nunca podemos dizer que não queremos. Temos que estar preparados, mas neste momento estou aguardando um posicionamento do meu eterno senador José Agripino. Não sei se ele vai ser candidato. Acho que ele está esperando essa configuração. Vai mudanças nas regras, reforma eleitoral. Então estou esperando a orientação do nosso partido, o Democratas.
Agora RN – Qual sua opinião sobre essa PEC do voto que impõe uma auditoria?
Kátia Pires – Sou contra o voto impresso auditável. O sistema eleitoral brasileiro é copiado em alguns países. Então se não fosse bom e seguro, não seria almejado. Essa discussão agora não é boa, o povo está doente, está com fome. A fome está aí paralela à pandemia. Esse assunto de reforma não é do interesse do povo nesse momento. Essa situação atrapalha o processo de democracia.
Agora RN – De que forma a senhora vê hoje a relação da Câmara de Parnamirim com o executivo?
Kátia Pires – A Câmara caminha bem, temos uma boa relação com todos, situação e oposição. Aprovamos recentemente um empréstimo de R$ 100 milhões que serão para pavimentar ruas. Acredito que até ao fim do mandato todas as ruas de Parnamirim estarão pavimentadas, dentro do cronograma, após a conclusão da licitação daremos início as obras.