A Justiça mineira decidiu nesta segunda-feira (4 de março) manter presos os dois homens de 24 anos suspeitos de matar um cruzeirense neste sábado (2 de março) durante um confronto entre as torcidas organizadas do Atlético e do Cruzeiro, na região do Barreiro, em Belo Horizonte. A prisão da dupla foi convertida em preventiva pela juíza Juliana Beretta.
Na decisão, a magistrada afirmou que o crime contou com o emprego de armas de fogo em plena Avenida Tereza Cristina, “colocando em risco a vida e a integridade física não somente de torcedores em deslocamento do Estádio do Mineirão, como também de cidadãos comuns, expostos à truculência dos atos extremos do odioso contexto de violência que lamentavelmente impera entre as torcidas oponentes dos dois maiores times de futebol de Minas Gerais”.
Conforme ela, isso mina a prática desportiva sadia e resulta no extermínio banal de seres humanos, que simplesmente torcem por times diferentes. Na decisão, a juíza ainda afirmou que a decretação da prisão dos suspeitos é “imperiosa” para a “garantia da ordem pública”.
Relembre
O confronto entre torcedores do Galo e da Raposa deixou um morto e outros três feridos. A briga aconteceu próxima ao cruzamento entre as avenidas Tito Fulgêncio e Tereza Cristina. A vítima foi baleada no tórax, levada ao Hospital Santa Rita, no bairro Jardim Industrial, em Contagem, e não resistiu.
Outros dois foram baleados na perna e levados para a UPA do Barreiro, no bairro Diamante. O quarto envolvido foi ferido a pauladas. Todos eles são torcedores do Cruzeiro. Dois suspeitos foram detidos pela PMMG.
As imagens de um vídeo reproduzido mostra a intervenção da PMMG, que teria utilizado munições de borracha para dispersar o confronto. Durante o confronto, pessoas passavam pelo local em carros e em ônibus.
PM acredita em emboscada
De acordo com a Polícia Militar (PM), a confusão começou após um grupo de torcedores do Galo cercar a torcida da Raposa no cruzamento entre as avenidas Tito Fulgêncio e Tereza Cristina.
“Houve uma emboscada por parte da torcida organizada do Atlético para pegar os torcedores do Cruzeiro desprevenidos. Dessa emboscada teve todo esse desencadeamento, que terminou com a morte de um torcedor. Então, a gente acredita que foi uma emboscada por parte da torcida, que foge do nosso planejamento”, afirmou o aspirante Wendel Ferreira, do 39º Batalhão da PM.
Segundo a PM, os suspeitos estavam em um carro, modelo Voyage prata. Assim que avistaram o grupo cruzeirense, eles desembarcaram, sendo dois armados, e dispararam contra as vítimas. “Quatro pessoas desceram de um Voyage de cor prata, que vinha no sentido Barreiro, duas delas armadas, se dirigiram aos torcedores do Cruzeiro e atiraram contra eles”, conta.
Com Isabela Abalen