Em alguns perfis de redes sociais, fotos de senhoras sentadas na calçada, batendo papo, o que era muito comum há alguns anos, são apontadas como a forma primitiva do WhatsApp, chamado popularmente de “zap-zap”.
Por ali, falava-se de tudo, desde a roupa da vizinha, das aventuras amorosas do morador do outro lado, sabia-se quando alguém tinha comprado um carro novo, de quem se enxeria para o padre, era uma salada medonha de tudo que é tipo de assunto, comentado com ou sem maldade, apenas como uma forma de interagir, de ocupar o tempo enquanto o café era preparado. Esperar para ver com quem a filha mais nova da vizinha chegaria em casa era um dos momentos mais aguardados!
A resenha continua em outras “plataformas”, como os salões de beleza , as mesas dos bares e, mais recentemente, nos carros de aplicativos. Nos últimos dias, precisei dos serviços desses motoristas tão eficientes e percebi que os papos dão conta de assuntos como política, economia, insegurança e, claro, a pandemia da covid-19.
Jovens ou mais velhos, os motoristas sabem de muita coisa a partir daquele universo móvel que circula levando todo tipo de freguês, até jornalista que ficou à pé, porque o carro velho que tem continua insistindo em quebrar, como é o caso do colunista.
Muitos dessa turma do volante buscam informações nas redes sociais, sites, portais, jornais e também no rádio do carro, o bom companheiro de tantas jornadas. É legal ver o interesse pelas notícias, as reações que provocam e o jeito de cada um para abordar o passageiro, convidando-o ao debate até que a corrida termine.
E nessas idas e vindas, o contador de histórias aqui, que fica honrado com a sua companhia, caro leitor e cara leitora, traça linhas que formatam novas opiniões e análises sobre essa doideira que é o mundo em que vivemos.
Como diz Almir Sater, “Cada um de nós compõe a sua história, cada ser em si carrega o dom de ser capaz e ser feliz”. E nessa tapeçaria da vida, montada em trilhas que nos une, para formarmos essa sociedade tão diferente nas formas, nas cores, mas que terá o mesmo destino quando nossa missão terminar, precisamos conversar mais com quem tem conteúdo para nos oferecer, quem fale de temas interessantes, quem sugira a leitura de bons livros, quem indique caminhos pelos quais possamos caminhar com a convicção que evoluiremos como seres, cada vez mais, humanos.