Chegou a hora da final da Eurocopa. Após jogos emocionantes, Itália e Inglaterra farão a decisão, inédita no torneio europeu, domingo (11), às 16h, no estádio de Wembley, em Londres.
A Squadra Azzura disputará sua quarta final de Eurocopa. Foi campeã apenas uma vez, em 1968, sobre a Iugoslávia. Além disso, jogou as finais de 2000 e 2012, mas perdeu o troféu para a França no gol de ouro, por 1×0; e para a Espanha, por 4×0, respectivamente.
Também por isso a expectativa é alta. “A final vai ficar para a história. Quem joga, quem começa no primeiro minuto ou quem entra no decorrer do jogo, tenho a certeza que vai fazer um grande jogo. Porque a final do Euro é um evento que, infelizmente, não se sabe se vai acontecer de novo na sua carreira”, comenta o volante italiano Marco Verratti.
Troféu da Euro será disputado entre Itália e Inglaterra (Foto: Shutterstock) |
Já a Inglaterra tentará seu primeiro título continental. Aliás, o English Team chega à decisão pela primeira vez na história. Ainda vê o fim de uma espera de 55 anos desde a última final que disputou, a da Copa do Mundo de 1966. Curiosamente, foi campeão naquele ano, no antigo Wembley, ao ganhar por 4×2 sobre a Alemanha Ocidental.
“É a primeira vez na nossa história a chegar a uma final europeia, em Wembley. Um dos momentos de maior orgulho da minha vida, com certeza. Mas ainda não vencemos, temos mais um para ir”, comemora o atacante Harry Kane, destaque da seleção inglesa.
Final da Euro 2020: Itália x Inglaterra
- Dados: 11 de julho
- Horário: 16h
- Local: Wembley, em Londres
- Transmissão: Globo e SporTV
Confira as principais informações e curiosidades sobre a final da Euro:
Campanhas até a final
Os italianos alcançam a decisão após uma campanha perfeita até as quartas de final. Na fase de grupos, mostraram sua superioridade sobre a Turquia, a Suíça, com vitórias por 3×0 em ambas, e o País de Gales, por 1×0. Nas oitavas, a equipe do técnico Roberto Mancini venceu a Áustria por 2×1 na prorrogação. Em seguida, eliminou a Bélgica pelo mesmo placar.
Na semi, a Itália empatou com a Espanha em 1×1 e foi melhor nas cobranças de pênaltis. “Quase ninguém acreditava que poderíamos conseguir, mas agora vamos jogar a final. Estamos felizes por todos os italianos que estão comemorando em casa”, vibrou o treinador.
Jorginho (ao centro) marcou o gol que deu a vaga na final da Euro aos italianos |
A Inglaterra, por sua vez, era considerada uma das favoritas ao título antes mesmo da Eurocopa começar. Por vários motivos, incluindo o fato de que poderia disputar quase todos os jogos em Wembley até a eventual final, e o seu ataque talentoso, liderado pelo capitão Harry Kane. Mas foi o poderio defensivo a maior arma da equipe treinada por Gareth Southgate.
Nos seis jogos que disputou, os ingleses sofreram somente um gol. Justamente na semifinal, na vitória por 2×1 sobre a Dinamarca. Na fase de grupos, ganhou da Croácia por 1×0, empatou em 0x0 com a Escócia e fechou com 1×0 sobre a República Tcheca.
Nas oitavas, em um dos duelos mais esperados, bateu a Alemanha por 2×0. E, nas quartas, em seu único confronto fora de Wembley, goleada por 4×0 sobre a Ucrânia, no estádio Olímpico de Roma.
“Tivemos três jogos memoráveis. Dissemos que queríamos criar memórias para a nossa nação, agora temos que terminar o trabalho. As finais estão aí para serem ganhas, temos que nos reagrupar, reparar e recuperar porque esta noite exigiu muito emocional e fisicamente”, avaliou Southgate após eliminar os ucranianos.
Kane grita após fazer o gol da vitória da Inglaterra sobre a Dinamarca |
Brasileiros no páreo
O Brasil estará representado na final da Eurocopa, e em dose tripla. Jorginho, Emerson Palmieri e Rafael Tolói nasceram em solo nacional, se naturalizaram italianos e defenderão a Azzurra em Wembley. Os dois primeiros, por sinal, podem ser campeões da Liga dos Campeões (com o Chelsea) e da Euro na mesma temporada.
Com esse trio, o número de brasileiros naturalizados que foram finalistas da Eurocopa aumentou para sete:
- Deco (Portugal, 2004)
- Marcos Senna (Espanha, 2008)
- Thiago Motta (Itália, 2012)
- Pepe (Portugal, 2016)
- Jorginho (Itália, 2021)
- Emerson Palmieri (Itália, 2021)
- Rafael Tolói (Itália, 2021)
Destes, dois foram campeões: Marcos Senna, em 2008, e Pepe, em 2016.
Jorginho comemora o gol no pênalti decisivo para a classificação da Itália para a final |
Vantagem no retrospecto
Até aqui, Itália e Inglaterra já se enfrentaram 27 vezes, incluindo amistosos. E a vantagem é da Azzurra, que soma dez vitórias, contra oito da Inglaterra, além de nove empates.
Considerando apenas os jogos oficiais de competição (Copa do Mundo, Eurocopa e Eliminatórias de Copa), as duas seleções fizeram oito confrontos. E os italianos também se dão melhor. Até aqui, foram duas vitórias pela Copa do Mundo; uma vitória e um empate (com triunfo da Azzurra nos pênaltis) pela Euro; e duas vitórias, um empate e uma derrota pelas Eliminatórias.
Por outro lado, são os ingleses que fizeram mais gols no retrospecto geral do confronto: são 33 marcados contra 31 anotados pelos italianos.
Maior jejum
A Inglaterra tem a chance de acabar com o maior jejum de títulos entre as oito seleções campeãs mundiais. Como dito, a última e única vez que o English Team disputou um troféu em uma final foi há 55 anos, em 1966, quando faturou a Copa do Mundo.
Naquele ano, o time de Gordon Banks, Bobby Moore, Bobby Charlton, Geoff Hurst e companhia bateu a Alemanha por 4×2 na prorrogação e levantou a taça em Wembley.
Aquela partida teve polêmica. Após um empate em 2×2, foi para o tempo extra. Eis que, aos 11 minutos da primeira etapa da prorrogação, Hurst chutou meio desequilibrado, a bola estourou no travessão, se chocou com o chão da meta defendida por Hans Tilkowski, próximo à linha do gol, e saiu em seguida.
A jogada foi validada pelo árbitro suíço Gottfried Vienst e pelo bandeirinha azerbaijano Tofiq Bahramov. Desde então, se discute se a bola entrou ou não. O gol, porém, acabou com o psicológico dos alemães. Hurst ainda marcou de novo no último lance, garantindo o placar de 4×2.
Ao longo dos últimos 55 anos, a Inglaterra esteve em duas semifinais de Copa do Mundo (1990 e 2018) e em outras duas de Eurocopa (1968 e 1996), mas não havia conseguido chegar a uma final até agora.
Recordes incríveis…
Com o empate em 1×1 na semifinal, contra a Espanha, a Itália completou 33 jogos invicta. Está perto do recorde mundial de invencibilidade entre seleções: a marca máxima é de 35 partidas e pertence ao Brasil (entre 1993 e 1996) e à Espanha (entre 2007 e 2009). Porém, com um jogo apenas para o fim da Euro, a Azzurra não poderá quebrar o recorde na competição. Se for campeã da Eurocopa, completará 34 duelos sem perder.
Pelo lado da Inglaterra, já há uma nova marca estabelecida. Jordan Pickford atingiu o recorde de goleiro com o maior tempo sem sofrer gol na história da seleção inglesa: 721 minutos. Ultrapassou a marca de Gordon Banks, em 1966.
…e diferentões
Além de ter sido palco de jogos emocionantes, a Eurocopa deste ano registrou um recorde exótico: o de gols contra. Com o de Kjaer, da Dinamarca, que marcou a favor da Inglaterra na semifinal, a competição atual já registrou 11 contra o próprio patrimônio. O número é tão alto que supera todas as outras 15 edições do torneio combinadas. De 1960, quando a Euro foi criada, até 2016, foram oito gols contra.
Essa não foi a única marca negativa atingida pela competição em 2021. A Euro também quebrou seu recorde de pênaltis perdidos: dos 17 assinalados até aqui, foram convertidos nove (53%). As outras oito cobranças (47%) foram defendidas ou não saíram na mira certa.
A enorme quantidade de prorrogações também nunca foi vista antes no torneio. São sete até agora, incluindo as duas semifinais. Antes, as edições de 1996 e 2016 tinham registrado cinco decisões, cada, no tempo adicional.
.