De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 49,3% dos jovens de 15 a 29 anos das famílias mais pobres do país não estão estudando nem trabalhando. Isso representa os 10% dos domicílios com renda domiciliar per capita média de até R$ 163 por mês. Por outro lado, nas famílias dos 10% mais ricos, essa proporção é de apenas 7,1%, de acordo com os dados da pesquisa Síntese dos Indicadores Sociais (SIS) divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira.
Enquanto a proporção de jovens que não estudam nem trabalham nas famílias mais ricas diminuiu ao longo da última década, a situação piorou nas famílias mais pobres. Em 2012, 41,9% dos jovens nessas condições estavam nessa situação, enquanto em 2022, esse número saltou para 49,3%. No geral, a pesquisa destaca que cerca de 22% dos jovens brasileiros de 15 a 29 anos estavam nessa situação em 2022, totalizando 10,9 milhões de pessoas, o menor valor absoluto desde 2012 e o melhor resultado percentual desde 2014.
O levantamento também aponta disparidades de gênero e raça, destacando que principalmente jovens pretas ou pardas (43,3%) estão nessa condição, seguidas por homens pretos ou pardos (24,3%). Mulheres brancas (20,1%) e homens brancos (11,4%) têm as taxas mais baixas. A maternidade precoce, afazeres domésticos e a necessidade de cuidar de parentes são apontados como principais motivos para essa diferença, afetando mais as meninas e mulheres e afastando-as da escola e do mercado de trabalho.