Suspeito levou a mulher para uma casa abandonada e a ameaçou de morte com um estilete. Militares do Bope foram acionados e fizeram a negociação. vítima foi libertada sem ferimentos
Sem aceitar o fim do relacionamento de oito anos, um homem de 36 anos manteve a ex-companheira, de 31 anos, em cárcere privado por cerca de três horas em uma casa abandonada no bairro Ponte de Ferro, em Raposos, na região metropolitana de Belo Horizonte. A Polícia Militar e agentes do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) foram mobilizados para negociar com o suspeitos para que a mulher fosse libertada.
Segundo militares que atenderam a ocorrência, o homem teria levado a mulher para uma casa abandona ainda no início da tarde desta segunda-feira (12) e a ameaçado com um estilete. O capitão Henrique Rabelo da 1ª Companhia Independente de Nova Lima afirma que a mulher já tinha registrado diversos boletins de ocorrência contra o ex-marido, mas não deu prosseguimento por medo.
“Ele já tinha histórico de agressão contra ela, com vários boletins de ocorrência registrados, mas ela não deu prosseguimento. Ela já estava sendo assistida pela Patrulha de Prevenção de Violência Doméstica, porém ela decidiu não dar prosseguimento por ameaçada dele. Hoje, ele utilizou bastante droga e com um estilete disse que iria matá-la”, explicou o capitão.
Durante a negociação, o homem ficou o tempo todo dentro da casa, ameaçando a vida da ex-esposa com um estilete. De acordo com os policiais, o suspeito estava resistente e só aceitou se entregar após três horas de negociação. Muito abalada, a mulher não teve ferimentos.
“Ele se entregou e entregou a refém, não foi preciso nenhuma outra intervenção mais séria. Ele teria usado muita droga hoje e feito isso com a mulher. O homem foi preso pelo crime de cárcere privado”, disse o capitão. A ocorrência foi encerrada na Delegacia de Plantão da Polícia Civil de Nova Lima.
Denúncia
Para que casos como esse não terminem em tragédia, a Polícia Militar recomenda que as vítimas denunciem as agressões e ameaças e deem continuidade na denúncia perante as autoridades policiais.
“O nosso é apelo é para que as mulheres denunciem e deem prosseguimento às ações. Porque podemos não ter um desfecho feliz como hoje. Infelizmente, os casos de feminicídio estão em alta no país e esse poderia ser mais uma caso. Se ela tivesse dado prosseguimento na denúncia, ele poderia estar preso ou ter alguma medida protetiva”, pontuou o capitão Rabelo da Polícia Militar.
As denúncias podem ser feitas por meio do Disque 180, tanto pela vítima, quando por testemunhas de agressões. A ainda a opção de ser feita por meio da Delegacia Virtual.
Em Belo Horizonte, a denúncia também pode ser feita presencialmente na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher, ao Idoso e à Pessoa com Deficiência, localizada na avenida Barbacena, 288. A unidade policial funciona durante os sete dias da semana, 24 horas por dia.
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