Depois de passagens ruins pelo Atlético Mineiro e Botafogo, Diego Costa estava na Espanha e caminhava para se aposentar. Até que foi convencido por Renato Gaúcho a jogar pelo Grêmio. O início da sua trajetória no Sul tem sido empolgante e faz com que Luis Suárez fique no passado de uma vez por todas.
Aos 35 anos, Diego Costa já estava se preparando para parar de jogar. Ele chegou a ser solicitado por Abel Ferreira no Palmeiras, mas a diretoria e o treinador desistiram ao analisar seu desempenho nas últimas temporadas. Ele se via fora do radar do mercado da bola.
A atuação de Renato Gaúcho mudou tudo. O treinador o convenceu a jogar no Tricolor. Foi preciso um tempo até que ele entrasse no ritmo ideal e fizesse sua estreia.
Renato sempre defendeu Diego Costa desde sua estreia e viu em campo uma performance impressionante. Na final do Gauchão, o heptacampeonato veio com um gol e uma assistência dele na vitória por 3 a 1 sobre o Juventude.
Diego participou de apenas seis jogos no Estadual, o que foi o suficiente para conquistar a artilharia da competição ao lado de Cristaldo. Além disso, deu uma assistência e se tornou um forte candidato a ser eleito o craque do torneio.
As sete participações em gol pelo time gaúcho já superam totalmente seu desempenho no Botafogo (três gols em 15 jogos) e no Atlético-MG (cinco gols e uma assistência em 19 jogos).
Os seis gols, aliás, tornam a passagem pelo Grêmio a mais goleadora de Diego desde a temporada 2017/2018, onde marcou sete pelo Atlético de Madrid.
“Desde o dia em que eu cheguei, quando eu pude vir para cá, não tive dúvidas. Precisava fazer uma pré-temporada, estar em um lugar onde tudo comece do zero. Consegui fazer bons jogos, marcar gols, e em nenhum momento duvidei do que eu era capaz de fazer. Fui muito bem recebido, Renato me deu apoio, assim como meus companheiros. Ainda tenho vontade de conquistar mais, fazer gols e vencer jogos. Isso foi fundamental para mostrar meu valor em campo. Eu me dediquei, não é fácil ficar longe das minhas filhas. Eu não vim apenas para passear ou ser mais um, vim para ser importante e alegrar a torcida. Começamos com o pé direito”, disse Diego Costa.
Sucessor de Suárez
Diego Costa foi escolhido pelo Grêmio após várias tentativas. Diversos jogadores foram cogitados com o perfil de ‘substituto de Suárez’.
Não seria fácil superar o que o uruguaio havia feito no ano anterior, afinal foram 29 gols e 17 assistências. O início de Diego indica que a escolha foi acertada.
Seu estilo aguerrido rapidamente conquistou os torcedores. Ele foi ovacionado após a conquista do sétimo título seguido.
“Nosso foco era encontrar um substituto para Suárez. Sua saída causou muita saudade, e demoramos para fazer a escolha certa. Quando trouxemos Diego, é normal que haja opiniões divergentes, mas eu disse a vocês (imprensa) que um jogador não passa tanto tempo na Europa em alto nível como ele e depois esquece de como jogar. Se não teve sucesso no Atlético-MG ou no Botafogo, acontece, mas o jogador não perde sua qualidade. Ele chegou, foi muito bem recebido, e estamos vendo sua qualidade em campo. Não há dúvidas sobre sua qualidade, pelo que joga, sua liderança, ele é malandro, e esse tipo de jogador é muito importante, especialmente nas competições que o Grêmio disputa”, justificou Renato Gaúcho.
Herói do Hepta
O centroavante se tornou um herói na conquista do heptacampeonato do Grêmio não apenas pelo gol e assistência, mas por tudo o que fez. Foi um exemplo de garra, disputou cada lance como se a partida valesse como seis jogos de Copa do Mundo que ele possui em sua carreira, lutou contra os zagueiros do Ju.
Além de criar oportunidades para si mesmo, ele contagiou seus colegas em campo na busca por reverter o placar, que foi aberto pelo time visitante no início do jogo.
“Em campo, nos momentos difíceis, nós, os mais experientes, tentamos liderar. Alguns jogadores podem nos olhar em busca de inspiração. Mesmo estando nervosos, precisam demonstrar calma para que todos continuem jogando”, disse.
UOL / FOLHAPRESS