A primeira derrota do Bahia como mandante na Série B do Brasileirão teve o clima de frustração entre os tricolores. Após o revés por 1×0 para a Chapecoense, na noite desta terça-feira (14), o técnico Guto Ferreira analisou a atuação do Esquadrão na Fonte Nova.
Na visão do treinador, o Bahia fez um bom jogo contra o time catarinense, mas o gol cedo prejudicou a estratégia na partida. Guto explicou ainda as alterações que fez no segundo tempo e o motivo de ter recuado Patrick para a zaga. O volante foi expulso após receber dois cartões amarelo na etapa final.
“O jogo começa com uma chance nossa e na sequência, numa bola totalmente despretensiosa, eles fazem o gol, com dois minutos. Muito cedo. Nossa equipe foi para cima, o Perotti foi expulso e eles fizeram um ferrolho atrás. Criamos chances já no primeiro tempo com algum volume, faltando detalhes na finalização”, iniciou Guto.
“A gente foi para o intervalo com um homem a mais. O Patrick tem uma boa construção, o que não é o forte do Ignácio. Por isso trouxemos o Patrick para o lado do Luiz Otávio, Mugni não jogaria a partida inteira então colocamos o Rezende para ter um jogador de força e passe, embora ele não tenha conseguido fazer o jogo que estava fazendo. Enfiamos quatro jogadores em cima e adiantamos os laterais. Começamos a criar chances, bola na trave, finalização dentro da área com defesa de qualidade do goleiro deles, até que o Patrick tomou o amarelo. Depois tomou o vermelho. Naquele momento, como estava o jogo, não poderia abrir mão do passe do Patrick, eles não estavam agredindo. Mas aconteceu [a expulsão]”, completou.
Apesar do domínio do Esquadrão durante todo o duelo, o Bahia pecou nas finalizações e não conseguiu balançar as redes. Para se ter uma ideia, o tricolor teve 72% de posse de bola e 25 chutes a gol contra apenas oito do time catarinense. Na análise de Guto Ferreira, a ansiedade atrapalhou os atacantes na hora de definir as jogadas.
“O gol foi muito cedo, quando isso acontece o planejamento tem que ser reprogramado. O time da Chape é experiente, os caras queimaram o tempo, o árbitro tentou ser enérgico, mas é do jogo. Isso vai quebrando o ritmo, a intensidade do jogo […] são situações que vão acontecendo. A ansiedade acaba se tornando normal por querer muito. A gente circulou a bola, mas não achou a brecha de entrada. Tenho certeza que se a gente tivesse conseguido ao menos o empate antes do fim, buscaríamos o segundo gol”, explicou.
Pedido de desculpas
Guto Ferreira aproveitou a entrevista pós-jogo para se desculpar pelo bate-boca que teve com alguns torcedores na saída para o vestiário. O comandante tricolor exaltou a força da torcida na Fonte Nova e reconheceu que errou.
“A gente também está sujeito a erros. Imagine a tensão de uma derrota em um jogo que poderia nos colocar na liderança. Fui ofendido e retribui a ofensa. Peço desculpas, na condição de treinador não poderia ter feito, mas infelizmente, ou felizmente, sou ser humano, admito meus erros e estou pedindo desculpas para ele agora”, disse.
“O nosso torcedor nos apoiou desde o início, é pedir desculpas. Queríamos seguir com a invencibilidade até o final, sabíamos que era difícil, e hoje aconteceu [a derrota]. A nossa equipe nunca deixou de tentar, lutamos do início ao fim, mas infelizmente não aconteceu. Não muda a entrega, o respeito à camisa do Bahia, a dignidade dos jogadores em campo. Isso é o fator mais importante”, finalizou o treinador.