Um vídeo que circula nas redes sociais mostra agentes da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo rendendo um homem negro, de 56 anos, com o joelho em seu pescoço, e colocando um saco com pó perto dele. O caso ocorreu na tarde de segunda-feira (30).
As imagens foram compartilhadas nas redes sociais dos grupos Pastoral do Povo da Rua e o Grupo Tortura Nunca Mais. Os representantes dos movimentos sociais acreditam que os guardas “plantaram” o entorpecente para incriminar o homem injustamente. A identidade do homem não foi divulgada.
No vídeo, é possível ver que o homem reclama de dores no braço enquanto é contido pelos agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Atrás, a voz de uma mulher diz que os guardas são “folgados” e que a pessoa abordada só estava “indo trabalhar”.
Em seguida, outro guarda desce da viatura do órgão segurando um saco branco. Ele se aproxima, pisa na perna do homem e o algema. Na sequência, entrega o pacote a um terceiro agente, que diz: “Não tinha nada, filhão? Não tinha nada?”, diz o guarda, enquanto manuseia o saquinho.
Ao perceber que uma pessoa gravava a abordagem, o guarda mostra o pacote e diz para filmar aquilo também: “Aproveita que você está filmando, ó… aqui ó”, fala o agente, mostrando o pacote.
Em nota ao g1, a GCM afirma que os agentes estavam patrulhando a região quando decidiram abordar um “homem com um volume suspeito na altura da cintura”, que teria jogado “uma sacola no chão e tentou fugir, mas foi contido pelos agentes.” Os guardas disseram que encontraram a sacola e viram que dentro dela “teria substâncias análogas a entorpecentes”, e que apreenderam uma balança com o homem.
A Secretaria Municipal da Segurança Urbana de São Paulo divulgou nota justificando a abordagem, afirmando que foi feito uso moderado da força, “a fim de preservar a segurança dos agentes e do próprio infrator”, que “tentou resistir à prisão”. O homem foi preso em flagrante por tráfico de drogas.
A Prefeitura da cidade informou ao portal que a vai apurar as denúncias de que os guardas agrediram o homem e teriam forjado o porte de droga.
O caso George Floyd
A mesma manobra foi utilizada pelo ex-policial Derek Chauvin contra George Floyd, que morreu asfixiado após a imobilização, em 2020. O caso gerou revoltas populares contra o racismo e a violência policial utilizada em abordagens de agentes públicos nos Estados Unidos. O método foi abolido por forças de segurança de diversos países após esse acontecimento.
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