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Um grupo de manifestantes ateou fogo ao monumento a Borba Gato na regão de Santo Amaro, em São Paulo, na tarde deste sábado (23).
Relatos de testemunhas dizem que o fogo começou por volta das 13h30, mas foi controlado em cerca de meia hora pelos bombeiros. O monumento aparenta não ter sofrido grande dano. Uma bandeira com os dizeres “Revolução Periférica” também foi estendida no local. Ontem (23), o coletivo divulgou um vídeo perguntando: “Você sabe quem foi Borba Gato?” em seu instagram.
Obra do escultor Júlio Guerra, que nasceu no bairro, a estátua faz homenagem ao bandeirante Borba Gato e foi inaguurada em 1963. São 10 metros de altura em concreto, com peso de 20 toneladas.
Por conta do histórico dos bandeirantes, a estátua é controversa. Borba Gato fez fortuna no século 18 escravizando indígenas pelo país. “Era também fugitivo da Lei e contrabandista de ouro, acusado de matar dom Rodrigo de Castelo, fidalgo português administrador-geral das Minas”, diz o jornalista Laurentino Gomes, autor da trilogias 1808, 1822 e 1889.
“Em 28 de agosto de 1682, Borba Gato tinha se acobertado com seu bando na região do Rio das Velhas, em Minas Gerais. Em troca da localização das minas, o rei de Portugal não apenas anistiou o bandeirante como lhe cumulou cargos e honrarias. Num piscar de olhos, Borba Gato deixou de ser um criminoso fugido da lei e foi imediatamente promovido a fidalgo e guarda-mor das Minas de Caetés”, explicou o escritor em uma publicação feita no ano passado no Twitter.
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