O governador Romeu Zema (Novo) lamentou, nesta sexta-feira (22), em entrevista ao Café com Política, da FM O TEMPO 91.7, a ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Minas Gerais. Apesar da vitória do petista no Estado nas últimas eleições, Lula ainda não realizou visitas a Minas Gerais, o que tem gerado descontentamento nos bastidores até mesmo entre os parlamentares governistas mineiros.
Segundo Romeu Zema, caso o presidente resolva vir ao Estado, ele será muito bem-vindo. Durante a entrevista, o governador ainda rebateu algumas falas de Lula de que ele não tem dialogado com o governo federal em relação a dívida do Estado com a União. De acordo com o chefe do executivo mineiro, sua função é “fazer dar certo” e não “perseguir ou ter medo de alguém”.
“Tivemos a infelicidade de não termos aqui a presença do presidente. Falei que ele será muito bem vindo aqui e lembrando que eu sempre estive aberto ao diálogo. Prefeitos do PT em Minas Gerais são atendidos por mim, pelos meus secretários, igual a qualquer outro prefeito. Nós estamos aqui para fazer dar certo e não para perseguir ou ter medo de alguém”, afirmou Zema que aproveitou para criticar a atenção do governo petista a Minas Gerais.
“Estamos com as estradas federais caóticas, a BR-381 a BR-040 e BR-262. Nesse primeiro ano nada foi solucionado. Eu estive com o ministro da Infraestrutura mostrando esses problemas, mas até agora nada. O mineiro continua sofrendo e morrendo nas estradas federais”, pontuou.
Questionado sobre qual é sua avaliação do governo Lula durante o primeiro ano de governo, Zema disse que é preciso esperar para “ver o que vai acontecer com os Estados endividados”. “O governo federal vai continuar sendo um banco que cobra juros dos Estados tanto quanto um banco cobra de uma empresa ou o governo federal vai fazer algo diferente para equacionar?”, questionou o governador que apontou como aspecto negativo do seu governo o andamento do Regime de Recuperação Fiscal (RRF).
“Eu queria que tudo fosse muito mais rápido. O plano de recuperação econômica de Minas Gerais está na Assembleia há cinco anos. Mas eu fico muito satisfeito, porque o presidente do Senado levantou o problema e hoje é aquele problema que muita gente queria varrer para baixo do tapete. Agora, está em cima da mesa. Então, quando as coisas estão em cima da mesa, incomodando, você sempre vai ter solução”, disse.
Segundo o governador, a atual dívida como está é impagável. “Esse problema, não é só de Minas, é do Rio Grande do Sul , do Rio de Janeiro e de Goiás. São Estados que têm dívidas que são impagáveis. A bem da verdade, é essa, porque a correção, os juros que o governo federal cobra desses Estados é muito superior ao crescimento da arrecadação. A conta simplesmente não fecha e a dívida só aumenta”, completou.