O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Luiz Fux anunciou a criação de um grupo de trabalho para acompanhar as buscas pelo jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira Araújo, que estão desaparecidos desde o último dia 5 na região do Vale do Javari, na Amazônia.
Farão parte do grupo de trabalho o ator baiano Wagner Moura, o fotógrafo Sebastião Salgado, a antropóloga Manuela Carneiro da Cunha e a juíza auxiliar da presidência do CNJ Lívia Cristina Marques Pires.
“Lançamos hoje um Grupo de Trabalho, para acompanhar as ações que estão sendo executadas na busca dos referidos desaparecidos, bem como para propor medidas que visem a aprimorar a atuação do Poder Judiciário nas questões relacionadas”, diz nota do CNJ.
O CNJ destaca a repercussão “social e ambiental” do caso, inclusive internacionalmente, por se relacionar com questões ligadas à atuação do Estado na proteção de terras demarcadas e preservação de direitos de povos indígenas isolados.
Desaparecimento
Bruno e Dom tiveram o desaparecimento informado pela União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), na segunda (6). Eles sumiram no trajeto entre a comunidade de São Rafael e Atalaia do Norte, diz a entidade.
Dom Phillips fazia a viagem para realizar entrevistas para um livro que escrevia sobre a Amazônia. Bruno, servidor licenciado da Funai e profundo conhecedor da região e dos povos indígenas, o acompanhava.
No dia 5, os dois deixaram o Lago do Jaburu para a comunidad e de São Rafael, onde o indigenista participaria de uma reunião. Eles chegaram lá por volta das 6h, conversaram com uma moradora e depois começaram a viagem de volta, mas jamais chegaram e não foram mais vistos.