O principal proprietário da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Atlético, Rubens Menin, afirmou nesta terça-feira (2) que, se não fosse a adoção do modelo de empresas pelos clubes, “o futebol brasileiro iria acabar”.
“A SAF nos colocou em um sistema regulatório semelhante ao que existe na Inglaterra hoje. É um sistema muito bem estruturado”, declarou durante o fórum de investimentos do Bradesco BBI, realizado em São Paulo. “[Passa a ser] uma empresa de fato. Você tem um orçamento que precisa ser seguido (…), começa a contar com profissionais e assessorias”, completou.
Segundo Menin, com a profissionalização do futebol no Brasil, os campeonatos estão se tornando mais valorizados, enquanto os orçamentos dos clubes estão aumentando. “Os orçamentos aqui [no Atlético-MG] estão sendo duas vezes maiores do que quando começamos, com uma tendência de crescimento”, afirmou.
Diante dessas mudanças, o empresário, que também é dono da construtora MRV e da emissora CNN Brasil, destacou que não há mais espaço no país para o amadorismo no futebol, como era feito anteriormente.
“Eu acredito muito nisso: não há mais espaço no Brasil para o que era feito no passado”, disse. “Ou você faz futebol da maneira correta, ou vai à falência. As pessoas não arriscam mais a fazer futebol como nos velhos tempos, um futebol sem responsabilidade, onde se quebrasse, o dinheiro não era delas.”
Comparando seu empreendimento no futebol com outros setores, como o da construção civil, Menin falou sobre a dificuldade de avaliar os resultados no esporte,onde há mais elementos imprevisíveis, como o acaso, como uma “bola na trave”.
No entanto, conforme o empresário, assim como qualquer outra empresa, os clubes de futebol também devem visar o lucro.
Menin incentivou novos investimentos no futebol no Brasil, afirmando que o cenário atual favorece, uma vez que os investidores poderão comprar os clubes em um momento de baixa, mas com uma possibilidade de crescimento a curto prazo. “Crescemos duas, três vezes, com o espaço de um pênalti.”
Além da gestão financeira, o empresário mencionou a contribuição da tecnologia de ponta no país para o desenvolvimento do futebol brasileiro. (Folhapress)