O fotógrafo de 42 anos indiciado por abusar sexualmente de uma menina, de 10, em Betim na região metropolitana de Belo Horizonte, não levantava suspeitas acerca da prática do crime. É o que informou a Polícia Civil em coletiva realizada nesta terça-feira (23 de janeiro) para repassar detalhes sobre a investigação. A instituição está à procura de outras vítimas — até o momento já foram realizadas oito denúncias.
“Ele sempre esteve envolvido em grupos religiosos e focado em ajudar a população. Um homem cristão que tinha bom relacionamento na sociedade e livre de qualquer suspeita”, afirmou a delegada Karla Moreira Lima. O fotógrafo está na área há sete anos. Antes disso, fazia assistência de computador, máquinas fotográficas e celular.
A investigação da Polícia Civil iniciou em novembro de 2023, quando a avó da menina procurou a instituição para denunciar o fotógrafo. O fato também ganhou repercussão porque a familiar da vítima o divulgou em alguns grupos de WhatsApp do bairro PTB, onde o homem atendia.
“Trata-se de um crime de gravidade extrema. Tivemos cautela na investigação para não prejudicar nenhum inocente. No início algumas pessoas chegaram a duvidar de que ele poderia ter tido tal atitude, pois, reforço, ele era uma pessoa de conduta social que não levantava suspeitas”, reforçou a delegada.
A Polícia Civil recolheu diversos itens do fotógrafo, dentre eles celular, notebook e cartão de memória. “Pela perícia constatamos vídeos de sexo com o envolvimento de crianças. Por tal motivo, ele foi indiciado por pedofilia. É importante destacar que as gravações foram feitas fora do Brasil, logo não envolve as vítimas [brasileiras]”.
Crime em festa infantil
Uma das crianças abusadas pelo fotógrafo é uma menina de 9 anos. O crime foi praticado na festa de aniversário da garota. “Ele se aproveitou que era uma pool party e a inocência da criança, que estava com trajes de banho, e descansou as mãos sobre as partes íntimas da vítima”.
O indiciado nega o crime. “No depoimento ele disse que não fez fotos sensuais das meninas, mas, no caso da menina de 10 anos, ele aproveitou a distração dos familiares dela para tocar nas partes íntimas da vítima enquanto fazia a troca de figurino. Os tios da garota não têm envolvimento algum com o ocorrido”, esclareceu.
O fotógrafo foi indiciado pelos crimes de estupro praticado contra menor de 18 anos e maior de 14 anos, estupro de vulnerável e pedofilia (artigo 240 e artigo 241-B, ambos do Estatuto da Criança e do Adolescente). “Somando as penas, ele pode ser condenado a mais de 100 anos de prisão”.