Salário mínimo não tem ganho real. Foto: Agência Brasil
Fenomenal é viver com um salário mínimo
Fenomenal é um trabalhador brasileiro sustentar sua família com um salário mínimo. Fenomenal é a força de pessoas que são carregadas como cargas brutas, em sistemas de transportes coletivos que funcionam como bem querem, porque não existem autoridades que determinem que ofereçam dignidade a quem paga as passagens. Fenomenal é a fé dos que, famintos nos corpos, passam as noites sob as marquises de templos religiosos, que abrem e fecham ao bel-prazer dos seus “donos”, e acordam na manhã seguinte dando graças a Deus pela vida! Isso é fenomenal, não um fardo de idiotices e hipocrisias que, de uma hora pra outra, ganham a chancela de “fenômeno”.
Apesar de ter algum conhecimento sobre outros países, mesmo sem ter pisado em nenhum deles, sempre terei minhas referências no Brasil, minhas raízes são nordestinas. Preocupo-me com os que aqui, como eu, tentam sobreviver trabalhando, sem medo de precisar prestar contas com a justiça ou com a Receita Federal.
Imoral como qualquer troço, objeto ou em formato humano, vira “fenômeno”. São figuras caricatas, ridículas, que se tornam modelos, referências, fenomenais. Essas criaturas, claro, têm todo o direito e liberdade de opinar, de se expressar, de serem livres, mas temo pela nossa juventude, pelos nossos filhos, sobrinhos, netos, por quem ainda não sabe nada da vida, por aqueles que vivem no mundo digital, pelos miseráveis de pouca idade que também são contaminados pelos vícios que espalham conteúdos pobres de tudo por aí, camuflados por embalagens razoáveis, que escondem os malefícios que são impressos nessas novas gerações.
Já que liberdade é um direito essencial, que tenhamos cuidado com o que compartilhamos com aqueles que amamos. Na hora em que os de bom senso começarem a filtrar o que entra em sua casa, principalmente por meio da internet, naturalmente esses “fenômenos” fabricados em meio a interesses irresponsáveis desaparecerão.
A questão não é ser intolerante! É ter responsabilidade com o futuro desse país grandioso, com pesquisadores fenomenais, com professores fenomenais, com alunos fenomenais, com tantos outros profissionais fenomenais, mas que se permite permanecer no lamaçal das desgraças, das pilantragens, dos ataques aos valores familiares.
Ser fenomenal é é lutar pelos direitos iguais, sem forçar a barra em favor desse ou daquele grupinho. Somos todos iguais e devemos nos respeitar. Isso é a base, o princípio.
Enquanto uns e outros se acham fenomenais, o “Homem lá de cima” manda uns fenômenos da natureza para mostrar que Ele, sim, pode tudo.