Medalhista de prata na Rio 2016 estreia na competição na madrugada deste sábado (24), a partir da 1h (de Brasília)
Único representante do Brasil do tiro esportivo nos Jogos de Tóquio, Felipe Wu viveu um ciclo olímpico de altos e baixos. Após a conquista da medalha de prata na Rio 2016, teve uma lesão no ombro, caiu de rendimento e, por pouco, não ficou fora da atual edição do evento.
O brasileiro só conseguiu a vaga para Tóquio, em março deste ano, quanto ficou em 4º lugar na Copa do Mundo de Nova Déli, última competição classificatória, quando ele conseguiu subir no ranking classificatório.
Atual 10º do mundo na pistola de ar de 10m, o atleta também teve dificuldades de competir no exterior por causa da pandemia. Apesar dos problemas, o atleta, de 29 anos, quer conquistar mais uma medalha olímpica, assim como na última edição olímpica.
A estreia do brasileiro está marcada para a madrugada deste sábado (24), a partir da 1h. Caso avance à final, a disputa da medalha será às 3h30 (de Brasília).
“Estou confiante nos meus treinos e agora é só uma questão de adaptação mesmo ao fuso horário, ao clima e ao local de competição. A classificação foi tardia, mas eu fiz uma boa preparação e o meu grande objetivo é conseguir reproduzir o que tenho feito nos treinos. A primeira parte é ir bem na qualificatória e me classificar para a final. A partir daí, tudo pode acontecer. Se eu conseguir, ficarei bastante feliz porque, geralmente, eu performo muito bem na final”, afirmou Wu.
Depois de garantir a classificação no limite, Wu está menos pressionado. Se no Rio de Janeiro ele assegurou a vaga por antecipação, porque era o líder do ranking mundial, a classificação para Tóquio, da maneira que foi, e o ciclo com percalços mudaram a forma como o atleta está encarando os Jogos. “Todo mundo começa do zero. Da mesma forma que eu demorei para classificar e tive um ciclo olímpico conturbado, mas não deixei isso me afetar, também não vou fazer com que ter uma medalha olímpica me atrapalhe. São momentos diferentes. O objetivo é fazer uma boa participação. Se essa participação me permitir ganhar uma medalha, eu vou ficar muito feliz. Mas se eu sair daqui contente com a minha performance, também estará muito bom”, considerou o medalhista de ouro no Pan de Toronto 2015.
Ricardo Brenk, técnico do atleta brasileiro e que o acompanha há bastante tempo, reconhece que a preparação não foi a ideal. “Foi uma preparação atípica. O ideal, depois de ele ter se classificado, seria termos participado de competições internacionais, mas muitos campeonatos foram cancelados. Somente no mês de julho, o Felipe conseguiu disputar um evento na Croácia e depois foi para a Suíça, onde ficou 12 dias na preparação final antes de embarcar para Tóquio. Infelizmente, a maior parte do tempo ele treinou sozinho e sem participar de competições”, explicou o treinador, que confia no talento do Wu.
“A expectativa, logicamente, é repetir o que ele fez em 2016. A diferença é que, naquela época, o Felipe disputou grandes competições internacionais, ganhou vários campeonatos, foi medalhista do Pan em 2015. Tudo isso foi uma prévia de que ele iria bem nos Jogos do Rio. Sem isso, a expectativa é que, ao menos, o conhecimento do esporte, dos procedimentos do tiro, ainda esteja bem firme dentro dele, para que ele possa repetir aqui em Tóquio o que fez em 2016”, completou o treinador.
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