A família ainda busca respostas para a morte brutal do eletricista Joel Mululo Neris Reis, 50 anos, morto durante um assalto a ônibus no domingo (25). Eles disseram que, provavelmente, a vítima foi confundida com um policial.
As desconfianças da família surgiram porque Joel era alto, tinha 1,90m e corpo atlético. “Provavelmente confundiram ele com um policial. Na hora, ele foi pegar o celular para entregar, mas devem ter achado que ele puxaria uma arma, por conta da altura e do corpo forte dele. Além disso, ele usava o cabelo baixo”, declarou o primo da vítima, o autônomo Robson Mululo, 51, na manhã dessa segunda-feira (26). Ele foi ao Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLRN) para fazer os procedimentos de liberação do corpo.
Além das características físicas, Joel mexeu no bolso durante o assalto, o que fez com que um dos bandidos se assustasse, achando que ele sacaria uma arma. Testemunhas contaram que a dupla saqueava os passageiros quando percebeu o movimento do eletricista.
“Atiraram em várias direções, aí ele levou um tiro na cabeça. Os bandidos fugiram, e o motorista, bastante assustado, arrastou o ônibus direto para a Estação Pirajá, onde a polícia foi acionada. Joel era uma pessoa muito alegre, responsável, super pai. Vai fazer muita falta”, contou Robson.
O sepultamento dele estava previsto para as 16h30 no cemitério Bosque da Paz, na Estrada Velha do Aeroporto. Joel era casado, deixa três filhos e netos.
Além do eletricista, um outro passageiro também foi baleado. A outra vítima é Josinaldo da Silva Dias, 36, que foi atingido nas costas. Ele foi socorrido ao Hospital Geral do Estado (HGE), mas não há informações sobre o estado de saúde dele.
Responsável pela investigação do crime, a Polícia Civil disse que o caso está sob responsabilidade da 2ª Delegacia de Homicídios (DH/Central).
Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), houve uma redução de 29,2% nas ocorrências de assalto a coletivos. De 1º de janeiro até 19 de julho foram 732 casos contra 1.034 no mesmo período do ano passado.
Assalto
Joel saiu de casa na noite de domingo (25) para trabalhar e pegou um ônibus num ponto próximo a onde morava, em Castelo Branco. Ele ia fazer um serviço de manutenção em um hotel no centro, onde trabalhava há pouco mais de dois anos fazendo a manutenção elétrica.
O assalto aconteceu por volta das 20h. Segundo a polícia, informações preliminares dão conta que os bandidos estavam em uma moto e anunciaram um assalto no momento do embarque ou desembarque de passageiros. Joel estava sentado no banco de trás do coletivo, que não estava cheio. Quando ele decidiu mexer nos bolsos, os ladrões atiraram e acertaram duas pessoas, sendo que o eletricista morreu e o outro baleado ficou ferido. Os criminosos fugiram em seguida.
Em nota, a Polícia Militar informou que policiais militares da 48ª CIPM (Sussuarana) foram acionados pelo Cicom sobre denúncia de que dois homens foram baleados no interior de um veículo na Estação Pirajá. “Ao chegarem, os PMs constataram o fato, sendo que um dos alvejados não resistiu ao ferimento. O outro foi socorrido pela guarnição para a UPA de Santo Inácio. A Polícia Civil investigará autoria e motivação”, diz nota da PM.
Abalada, a família pede que a polícia se empenhe na prisão dos bandidos. “Esses bandidos ceifaram a vida de um trabalhador. Meu primo não pode virar apenas uma estatística. Os culpados precisam ser encontrados e presos”, disse Robson.
“Outro dia, passei em frente ao complexo policial da Baixa do Fiscal e havia uns cinco ônibus que tinham sido assaltos, por volta das 5h. Isso demostrar a fragilidade de nossa segurança”, emendou o outro primo a vítima, o funcionário público Gilmar Santos, 40.
.