Os fabricantes baianos de produtos de limpeza, cosméticos e tintas estão apostando em tecnologia e inovação para alavancar o crescimento de pequenas e médias empresas do estado em mercados dominados por gigantes. Esta é a principal proposta da 4ª Edição da ExpoTech, que acontece nos dias 18 e 19 de julho, no Senai Cimatec.
No período, mais de 100 empresas devem ter acesso a novos produtos e equipamentos vindos de diversos lugares do mundo e embalagens mais sustentáveis e modernas , com maior qualidade e menos uso de recursos naturais. Além disso, os visitantes poderão ter contato com processos de produção para produtos de melhor qualidade e com custos de fabricação mais baixos. O evento foi apresentado para jornalistas nesta quarta-feira (13).
Após dois anos sem ser realizada, por conta da pandemia, a feira retorna alimentando expectativas de crescimento. “A procura por participação pelas empresas cresceu nesta edição. Com isso, nossa expectativa é de que haja um aumento de 35% nos negócios fechados durante e após a feira, em relação a 2019”, projeta Juan Rosário Lourenzo, diretor da ExpoTech.
“A expoTech retorna com as melhores expectativas das empresas fornecedoras e das indústrias de cosméticos, saneantes e tintas, todos motivados pela troca de informações técnicas e comerciais e na realização de bons negócios”, afirma Raul Menezes, presidente do Sindcosmetic, que representa a indústria de cosméticos e perfumaria na Bahia e é um dos responsáveis pela organização do evento, juntamente com o Saneantes da Bahia, que representa a indústria de sabões, detergentes, produtos de limpeza, aditivos de uso industrial e velas na Bahia.
Um exemplo claro do tamanho do desafio que as empresas baianas enfrentam no mercado está na participação dos fabricantes de tintas baianos no mercado local. “Apenas 5% das tintas comercializadas aqui na Bahia são produzidas no estado. Os outros 95% vêm de fora, do Sudeste ou mesmo de outros estados no Nordeste como o Ceará”, explica Arlene Vilpert, representante dos produtores de tintas. Segundo ela, se a Bahia fosse capaz de ampliar esta participação para 20% já seria viável a implantação de grandes fábricas no estado.
“É muito importante criarmos uma cultura de consumo do que é produzido em nosso estado. Precisamos mudar a percepção em relação à indústria baiana”, acredita.
Juan Rosário Lourenzo explica que no mercado de saneantes também existe uma grande participação de empresas multinacionais, porém a diferença é que a maioria delas possui unidades de produção no estado. Presidente da Indeba, ele lembra que a empresa baiana é uma rara exceção neste quadro. “A Indeba é uma das três maiores empresas do Brasil e a única em sua área de atuação que tem o poder de decisão aqui na Bahia, no Nordeste. As demais são multinacionais”, diz.