Claudia Ohana e Juliana Knust interpretam as duas divas na peça ‘Parabéns Senhor Presidente, in concert’, que ganha transmissão online nesta quinta-feira (23)
É um momento único capturado no tempo.
Durante a comemoração de aniversário de 45 anos do então presidente dos EUA John F. Kennedy, duas divas do showbiz – a atriz Marilyn Monroe e a cantora lírica Maria Callas – se esbarram por acaso nos camarins do Madison Square Garden, no coração de Manhattan, onde a festa acontecia.
Após uma noite especial para ambas – com Callas sendo ovacionada pelo público após uma interpretação magistral de “Habanera”, da ópera “Carmen”, e Marilyn roubando a cena ao entoar a versão mais sexy de “Happy Birthday” da história – as artistas acabam travando um diálogo íntimo e direto sobre seus medos, inquietações e desilusões amorosas – Marilyn com Kennedy e Callas com o milionário Aristóteles Onassis.
Os detalhes desse encontro fortuito e imaginário conduzem o espetáculo “Parabéns, Sr. Presidente”, que ganha apresentação online, nesta quinta-feira (23), a partir das 20h30.
A peça será transmitida ao vivo direto do palco do Teatro Claro Rio e poderá ser assistida gratuitamente pelos canais do Youtube do Sesc em Minas, da Pólobh e do próprio Teatro Claro Rio, assim como pelo canal pago da Claro TV (Canal Like).
Com direção de Fernando Philbert, a narrativa reconta a noite de 19 de maio de 1962, quando Marilyn e Callas se encontraram nos
bastidores da festa de JFK e acabam desenrolando uma conversa profunda sobre o universo particular de cada uma.
Dividindo o mesmo camarim por uma hora, os diálogos são fiéis à história real do encontro das duas. Tudo começa com Marilyn cumprimentando Callas depois de ouvi-la no palco. Não gostando da abordagem, Callas dá um fora na atriz, mas sente pena depois de ver Monroe cantando “Happy Birthday” para Kennedy.
No dia seguinte, a diva da ópera manda uma orquídea para Marilyn como um pedido de desculpas. “A senhorita é uma boa alma, eu não soube compreendê-la, peço que me perdoe”, dizia o bilhete. Na ficção, porém, as flores são entregues pessoalmente.
“A ideia do espetáculo é desconstruir os mitos, mostrar a vida dessas mulheres longe das câmeras e das capas de revista”, comenta o dramaturgo Fernando Duarte, que divide o texto com Rita Elmôr.
Ele explica que ao contrário do encontro, que realmente aconteceu entre as duas, os diálogos são fictícios.
“O enredo imagina essas duas divas na intimidade, fora do pedestal e sem máscaras. A intenção é fazer o público enxergar as duas como mulheres de carne e osso, com todas as suas dúvidas, incertezas e questões femininas. Quando elas começam a falar dos desafios que vivem dentro e fora do estrelato é que a gente vê o lado humano delas. Acho que esse é o maior triunfo do espetáculo”, completa Duarte.
No palco, as atrizes Claudia Ohana e Juliana Knust dão vida, respectivamente, à cantora Maria Callas e à atriz Marilyn Monroe. Em cena, a história é intercalada por uma trilha sonora original composta pela pianista Maíra Freitas.
A montagem marca o retorno de Ohana ao mesmo personagem vivido por ela em 2014, em um trabalho dirigido por Marília Pêra e também escrito por Duarte – e que seguia Maria Callas durante seus dois últimos dias de vida.
Sete anos depois, Claudia diz que o desafio de retomar o papel é maior agora, pois dessa vez precisa cantar em cena.
“É uma grande oportunidade porque eu adoro esse personagem. Eu amei fazer a peça com a Marília. Dessa vez eu vivo a Callas em uma outra época da sua história e isso exige muito mais de mim, já que preciso cantar o tempo todo – desde peças de musical até óperas. Mas poder viver essa mulher sensacional novamente é algo incrível”, comemora Ohana.
Juliana Knust também encara como única a chance de viver uma mulher icônica como Marilyn Monroe no palco.
“Depois de dois anos de pandemia poder voltar em grande estilo é tudo de bom. É um projeto muito desafiador que me permite explorar tanto meu lado de atriz quanto o de cantora. Eu mergulhei fundo na personagem e estou aprendendo muito com ela. É algo gratificante”, conta a atriz.
Embora enxergue questões feministas atemporais no texto, Knust acredita que a mensagem principal que se sobressai na peça é a da empatia.
“A peça vai além das mensagens feministas. Acho que ela aborda temas profundos de uma forma geral. São duas mulheres conversando sobre tudo que as cerca no dia a dia – a questão da carreira, do relacionamento afetivo, assim como tópicos urgentes e indispensáveis como a violência contra a mulher e o machismo. Mas a mensagem fundamental é que precisamos ser mais tolerantes e olhar para o próximo com mais gentileza. Isso é o que mais precisamos nos dias atuais”, conclui.
Serviço
O que: Espetáculo ‘Parabéns Senhor Presidente, in concert’
Quando: Nesta quinta (23), a partir das 20h30
Onde: Pelos canais do Youtube do Sesc em Minas, da Pólobh e do próprio Teatro Claro Rio; também pelo canal pago da Claro TV (Canal Like).
Quantos: Sem custos
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