Primeiro e segundo lugar nas pesquisas, Lula e Bolsonaro polarizam eleições/ Créditos: Reprodução
Episódios de ameaças, ataques e tensão relacionados à pré-campanha eleitoral têm sido registrados com maior frequência nas últimas semanas, em eventos políticos no Brasil. Os últimos ocorreram nesta quinta-feira 7, quando houve um ataque com uma espécie de bomba caseira foi arremessado no local do evento com o pré-candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, no Rio de Janeiro e o ocorrido contra o juiz federal que determinou a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro por corrupção e tráfico de influência. Dias atrás, militantes de esquerda impediram uma palestra de políticos da direita.
O motivo por trás dos casos é relacionado à polarização político-eleitoral entre os dois campos ideológicos, representados pelo ex-presidente Lula (PT) e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), respectivamente, primeiro e segundo lugares nas últimas pesquisas de intenção de votos. A disputa acirrada entre os dois políticos e seus apoiadores mais fanáticos tem gerado tensão nacional e o reforço do esquema de segurança de ambos, pela Polícia Federal.
O clima é tão crítico que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, afirmou que o Brasil pode vir a sofrer um episódio ainda mais grave que a invasão do Congresso dos Estados Unidos em janeiro de 2021. “Nós entendemos que há seis condições fundamentais para evitar que isso aconteça no Brasil”, disse Fachin, durante uma conversa no Wilson Center, em Washington, sem detalhar como a situação brasileira poderia ser pior.
A Polícia Federal fazia a proteção dos candidatos com base em lei e portaria sucinta do Ministério da Justiça até 2018, que tratava genericamente da necessidade de a corporação proteger aqueles que disputassem o Palácio do Planalto, conforme o jornal Folha de S. Paulo. No entanto, após o atentado sofrido por Bolsonaro e as ameaças à campanha de Fernando Haddad (PT), a polícia editou instrução normativa específica para a segurança dos candidatos à Presidência com diretrizes que devem ser seguidas pelos agentes e com recomendações claras aos políticos que vão concorrer.
O atentado ocorrido contra o pré-candidato terminou com uma pessoa presa por ter arremessado “um artefato explosivo de festas juninas” na área cercada pelo palco onde Lula estava. Já no ataque ao juiz federal Renato Borelli, que decretou a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro em junho e que teve seu carro atingido por fezes de animais, ovos e terra, em Brasília, ninguém foi preso. O ataque foi relatado ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
Em outro episódio, Rodrigo Luiz Parreira, apontado como um dos autores do ataque com drone a um ato com Lula em Uberlândia (MG), foi preso a pedido do Ministério Público Federal (MPF), que investiga o caso.
Em junho, o ato de lançamento das diretrizes do programa de governo da chapa Lula e Geraldo Alckmin (PSB), em São Paulo, foi marcado pelo protesto de bolsonaristas que entraram no local. Em maio, o carro em que estava o ex-presidente Lula foi cercado por bolsonaristas na cidade de Campinas, interior de São Paulo. Usando camisetas da seleção brasileira de futebol e segurando bandeiras do Brasil, o grupo xingou o petista e o ameaçou.