ECONOMIA
Saiba como é calculado o rendimento domiciliar per capita e o que significa na prática
Bahia tem o 5º menor rendimento domiciliar per capita do país
Publicado em 29 de fevereiro de 2024 às 08:00
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quarta-feira (28), a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), que indica a Bahia com o 5º menor rendimento domiciliar per capita do país. Esse indicador diz respeito à soma de todos os tipos de rendimentos de cada morador de um domicílio, dividida pelo número total de moradores.
A supervisora de Disseminação de Informações do IBGE na Bahia, Mariana Viveiros, explica que esse rendimento é responsável por determinar as condições financeiras das famílias brasileiras.
“Um rendimento domiciliar per capita baixo implica que você vai ter, em média, um fôlego financeiro, um poder de compra baixo. Não é só poder de compra para comprar bens e produtos de consumo, mas, às vezes, é para você arcar com despesas bem básicas da vida, com moradia, com alimentação, com transporte”, pontua Viveiros.
Entram na soma do rendimento domiciliar per capita: rendas de trabalho, de aplicações financeiras, de programas sociais diversos, aluguel recebido, valores de bolsas e aposentadorias. De acordo com a supervisora de Disseminação de Informações do IBGE na Bahia, Mariana Viveiros, a renda do trabalho representa cerca de 70% do rendimento domiciliar per capita. Aposentadorias e programas sociais do governo seguem ordem de maior importância.
Na prática, esses números indicam que os baianos têm mais dificuldades para ter acesso a questões básicas. É o que aponta o educador financeiro Raphael Carneiro, destacando que a renda domiciliar per capita baiana é ainda menor que o salário mínimo, que, em 2023, era de R$ 1.302.
“Mesmo com essa diferença sendo reduzida ao longo dos anos, isso faz com que os baianos precisem de um esforço maior para manter as contas em dia e ter uma vida digna”, diz.
Ainda conforme Viveiros, um rendimento baixo implica em menos possibilidades de aceder a bens e serviços. “Por isso, por exemplo, a Bahia tem lá um número expressivo de pessoas abaixo da linha de pobreza”, afirma.
Em 2022, uma pessoa era considerada pobre cuja renda domiciliar per capita diária estivesse abaixo de US$ 6,85 em paridade de poder de compra (PPC). Na Bahia, isso correspondia a um rendimento domiciliar per capita mensal de R$ 637. Neste ano, metade da população baiana (7,59 milhões de pessoas) tinha renda domiciliar per capita inferior a esse valor, segundo o IBGE.
No ranking nacional, o estado tinha o 2º maior contingente de pessoas em situação de pobreza, abaixo apenas de São Paulo, que tinha 9,197 milhões de pessoas consideradas pobres.
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro