Empresas apostam em novas políticas de redução de resíduos e impulsionam oportunidades de negócio
A economia circular, muito além da simples reciclagem, está ganhando destaque como uma visão inovadora que estimula a indústria, comércio e serviços a adotarem práticas mais sustentáveis. Diferentemente do conceito tradicional, a economia circular envolve toda a cadeia produtiva, desde a extração de recursos até o descarte, passando pela produção e consumo, sempre com a preocupação de maximizar a utilização dos recursos e minimizar o desperdício.
No ESG Fórum Salvador, realizado recentemente, o tema ‘Impacto Social, Economia Circular e Políticas de Redução de Resíduos’ foi discutido por representantes de empresas dos setores mencionados. O evento reuniu especialistas e empresários interessados em debater formas de impulsionar práticas ambientais, sociais e de governança dentro das organizações.
Com a mediação de Donaldson Gomes, editor e colunista do CORREIO, o painel contou com a participação de André Sá, consultor na área de turismo e sustentabilidade; Giovanna Victer, secretária da Fazenda do Município de Salvador; Leana Mattei, diretora da Aganju ESG & Impacto Social; e Pedro Alban, arquiteto e fundador da Arquivo, uma empresa que promove o reuso de materiais na construção civil.
Um dos pontos levantados durante o debate foi a importância de uma nova abordagem na gestão de resíduos, focada não apenas na reciclagem, mas em práticas mais abrangentes que englobam energias renováveis, gestão hídrica, captação de água de chuva e reuso de materiais. O consumidor moderno tem se mostrado mais exigente em relação à sustentabilidade, o que tem levado as empresas, inclusive as do setor de turismo, a se adaptarem a essa nova realidade.
Giovanna Victer ressaltou que a economia circular vai além da reciclagem, integrando todas as etapas do processo produtivo e de consumo, com um olhar mais sistêmico e integrado que coloca as pessoas no centro das ações. Essa abordagem mais inclusiva e holística permite uma visão mais abrangente e sustentável para a economia como um todo.
Um exemplo de inovação nesse contexto é a Arquivo Reuso de Materiais, uma empresa que se destaca pela desmontagem de imóveis e reutilização dos materiais, em vez de simplesmente reciclá-los. Pedro Alban, fundador da empresa, destaca o potencial de geração de empregos que essa prática sustentável pode proporcionar, ao mesmo tempo em que contribui para a redução do desperdício e o uso mais eficiente dos recursos disponíveis.
Além do setor privado, a administração pública também está atenta às oportunidades proporcionadas pela economia circular. O prefeito de Salvador, Bruno Reis, anunciou durante o Fórum ações que visam tornar a cidade mais sustentável, como a migração da frota da prefeitura para o uso exclusivo de etanol, a implantação de comitês de sustentabilidade e o desenvolvimento de ações de enfrentamento às emergências climáticas.
O diálogo entre o setor público e privado é essencial para impulsionar a adoção de práticas sustentáveis e gerar impacto positivo na sociedade como um todo. Eventos como o ESG Fórum Salvador são fundamentais para promover essa interação e disseminar boas práticas que possam inspirar outras empresas e organizações a seguirem o mesmo caminho.
Em um mundo cada vez mais preocupado com as questões ambientais e sociais, a economia circular se apresenta como uma oportunidade não apenas de reduzir os impactos negativos, mas também de gerar novos negócios e empregos, contribuindo para um desenvolvimento mais sustentável e equilibrado para as futuras gerações.
No fechamento do painel, Donaldson Gomes destacou a importância do debate e da colaboração entre os diferentes atores envolvidos, ressaltando que a troca de experiências e ideias é essencial para impulsionar a adoção de práticas mais sustentáveis e responsáveis.
O III ESG Fórum Salvador, promovido pelo Jornal Correio e Site Alô Alô Bahia, contou com o apoio de diversas empresas e instituições que compartilham o compromisso com a sustentabilidade. A iniciativa mostra que, juntos, é possível construir um futuro mais próspero e consciente, onde a economia circular e a responsabilidade socioambiental são prioridades em busca de um mundo melhor para todos.