Agestão da governadora Fátima Bezerra (PT) tem seus méritos de ter pagado R$ 1 bilhão em dívidas com os servidores e colocado a folha de pagamento em dia. Porém, é importante deixar muito claro que isso
é muito pouco para um governo. Pagar funcionários é uma obrigação básica e não deveria ser o principal feito de uma administração. Quitar dívida não é política desenvolvimentista.
O governo Fátima Bezerra falhou ao ter deixado de lado uma política contundente de estímulo ao desenvolvimento. A própria oposição, que poderia ter assumido esse protagonismo, também nem cobrou, preferindo adotar o radicalismo como pauta principal. Entidades representativas, então, nem se fala. O que se vê é a ausência de ação e mecanismos de acompanhamento e discussão de políticas públicas voltadas para um crescimento real.
Potencialidades econômicas, o Rio Grande do Norte tem de sobra. Mas, infelizmente, o Estado não dispõe atualmente de uma gestão ousada nem de uma elite capaz de enxergar a importância de conduzir um processo de desenvolvimento. O que se tem são interesses particulares muitas vezes se sobrepondo ao público.
Faltou arrojo à gestão atual no sentido de incentivar o empreendedorismo. Exceto pela reformulação do Proedi, alguém tem conhecimento de uma medida incisiva neste sentido? Sequer houve discussão profunda sobre formas de estimular o crescimento. É obscuro o pensamento da atual gestão sobre várias questões, pela falta de debate com as entidades do Estado.
Foram tímidos os movimentos do governo petista para dotar o Estado de mais infraestrutura e condições para a viabilização de projetos privados. Seguimos atrás de outras praças que, até um tempo atrás, estavam muito atrás de nós.
Algumas ideias poderiam ter avançado na gestão de Fátima. O governo, no entanto, foi omisso. Outros estados decidiram, por exemplo, criar áreas livres de impostos para atrair negócios, instituíram lotes para captação de investimentos na área da indústria, viabilizaram fornecimento diferenciado de energia, água e combustíveis para a implantação de empresas, organizaram redes de distribuição para aproveitar o potencial de geração de energias renováveis… enfim. E aqui no Rio Grande do Norte?
O que prevaleceu em vários momentos da atual gestão foi um foco na discussão ideológica. Não se pode culpar eternamente a pandemia. Aliás, felizmente, Covid-19 já é coisa do passado, exceto pela teimosia de muitos em aderir à vacinação.
Estamos na iminência de uma eleição na qual a atual governadora é candidata à reeleição, liderando inclusive a disputa. Onde estão os compromissos de Fátima para a próxima gestão? Com o pagamento da folha, o que será prioridade para a próxima administração, caso a petista seja eleita? Por que, neste primeiro governo, o desenvolvimento econômico foi tão tímido? Por que não foi observado um crescimento como era de se esperar?
São perguntas a serem respondidas.