O pré-candidato a senador Carlos Eduardo Alves (PDT) resolveu encarar assuntos que lhe são espinhosos. Após insistentes cobranças deste AGORA RN, o ex-prefeito de Natal finalmente falou e respondeu abertamente a todos os questionamentos da reportagem. Enfim, uma postura digna de quem pleiteia ocupar o nobre posto de senador da República.
O silêncio de Carlos Eduardo havia sido criticado por este AGORA RN em editorial publicado um mês atrás, no dia 19 de maio. De fato, não cabia ao ex-prefeito de Natal fingir que nada tinha acontecido. Ele precisava dar esclarecimentos à sociedade a respeito de gastos autorizados por ele enquanto presidente do PDT.
Se em maio o pré-candidato preferiu o silêncio, agora resolveu explicar por que o PDT gastou dinheiro público para alugar uma casa pertencente à mulher do próprio Carlos Eduardo. Na entrevista a este AGORA RN publicada na edição do fim de semana, o ex-prefeito alegou que não houve problemas na locação e que o valor negociado correspondeu a cerca de 30% do que o imóvel realmente vale.
Mas o aluguel do PDT não foi o único tema espinhoso abordado por Carlos Eduardo. Na entrevista ao repórter Adenilson Costa, o ex-prefeito de Natal também falou sobre o julgamento das suas prestações de contas. O caso está no Tribunal de Contas do Estado (TCE), com parecer prévio pela desaprovação – o que, ao fim do processo, poderia tornar o ex-prefeito inelegível.
Sobre esse ponto, Carlos Eduardo disse que irregularidades apontadas por técnicos são apenas formais. “Não tem nenhum problema, não tem absolutamente nada.
Por fim, Carlos Eduardo também comentou a respeito da validade do diretório do PDT no Estado. O partido caducou, segundo ele, por questões burocráticas. “Burocraticamente, ele caducou, mas será renovado em breve. Não existe nenhum problema”, destacou.
Se as explicações de Carlos são suficientes ou não, é outra história. Mas o fato é que é preciso elogiar a postura do ex-prefeito de finalmente responder e dar seus esclarecimentos a respeito dos assuntos. Este AGORA RN, que criticou o ex-prefeito pelo silêncio, agora o parabeniza pela mudança de atitude e espera que o pré-candidato mantenha esse comportamento.
Tratar dos assuntos de forma clara e transparente é uma conduta mais condizente com um homem público da envergadura de Carlos Eduardo. Não dá para fazer silêncio ou destratar a imprensa (que media o interesse público) quando o assunto não lhe interessa. O caminho melhor é sempre o da transparência e correção.
É isso que a atualidade exige daqueles que pretendem exercer altos cargos públicos. Com esse gesto, Carlos Eduardo se aproxima – se ainda não o é por completo – do conceito de um político moderno.
Antes tarde do que nunca.