A cada ano que passa, Natal se degrada um pouco mais. Sem planejamento estratégico para seu desenvolvimento e sem a resolução de gargalos históricos, a cidade padece sem ver avanços significativos em qualquer área. Mesmo sendo uma cidade com uma infinidade de oportunidades, Natal segue sem se desenvolver e vai, à medida que o tempo passa, afundando num poço cada vez maior de degeneração.
São várias as explicações para que Natal tenha chegado a essa situação. Entre as principais, estão a desarticulação institucional, a ausência do espírito empreendedor dos gestores e a ocorrência de administrações públicas descompromissadas com o interesse coletivo.
Com isso, vai pelo ralo a chance de explorar diferenciais que a capital do Rio Grande do Norte dispõe. Sem visão das instituições, das gestões públicas e da elite, de pouco tem adiantado ter as maravilhas naturais e a localização geográfica privilegiada que Natal tem. Cidades com muito menos oportunidades, em função de uma visão empreendedora e desenvolvimentista, avançam.
Em outras capitais nordestinas, como João Pessoa (PB), o que se assiste é um cenário completamente oposto. A elite, composta pela classe política e pela iniciativa privada sobretudo, dá as mãos no sentido de evoluir o destino em vários aspectos, como na cidadania, no acesso a serviços públicos de qualidade, na infraestrutura e nas condições para atrair investimentos.
Em Natal, no sentido diametralmente contrário, há um silêncio quase criminoso daqueles que poderiam fazer a diferença. Praticamente inexiste a discussão sobre o passado, o presente e o futuro da cidade.
Problemas seríssimos, como a evidente – no momento – falta de drenagem nos principais corredores da cidade, seguem expostos. Na área dos investimentos, não bastasse não criar as condições para a chegada de novos, há tanta dificuldade que os investidores que ainda insistem em operar por essas bandas estão praticamente afugentados. São vários os relatos, neste sentido, de projetos travados em órgãos como Idema e Semurb.
São inúmeros projetos travados aguardando, em algumas vezes, estímulos pouco ortodoxos para tramitarem.
Isso sem falar nos péssimos serviços públicos, como a segurança. Naturalizou-se, infelizmente, que comunidades inteiras sejam controladas por organizações do crime.
É preciso, com urgência, um movimento suprapartidário, multinivelado em várias esferas de governo, para reverter essa situação. É preciso reunir e provocar a elite da cidade para que a realidade cruel de Natal seja debatida à exaustão e saídas sejam localizadas.
Não se pode mais assistir à cidade se degradando enquanto poucos cuidam apenas de seus interesses, muitas vezes escusos.
Salve Natal.