Não é exagero de Tina Oliveira quando ela fala que os trabalhos das quadrilhas juninas são a nossa Broadway. “Só falta o investimento. Talento, criatividade e muito amor pra entregar o melhor a gente tem”, resume a bailarina e atriz que interpretou a noiva da Quadrilha Asa Branca, que se apresentou para uma praça da Cruz Caída, no Centro, lotada nesta segunda (20). É que funciona a Arena Arromba Chão, que recebe até domingo (26) o I Festival de Quadrilhas Juninas no Centro Histórico, promovido pela Fundação Gregório de Mattos (FGM).
A Asa Branca é uma das quadrilhas mais tradicionais do país, com 30 anos de história. A direção estima que seja a mais antiga de Salvador em atividade. Já foi campeã nacional em 2012 (única baiana com o título) e é um órgão vivo do bairro do Cabula, onde está sua sede. O tema não podia ter mais a ver com o clima deste São João: “Saudade por onde andarás”, que brinca com o sentimento dos últimos dois anos sem São João e sem o encontro tão tradicional, chamego das pessoas.
Tina é a noiva da quadrilha desde 2018. Moradora de Lauro de Freitas, ela conta que a a quadrilha é uma importante reveladora de talentos e também tem participação na economia criativa dos bairros: “daqui saem artistas dos mais diversos. Bailarinos, coreógrafos, estilistas. Essa expressão cultural é muito importante”, contou.
A Quadrilha Asa Branca encantou o público da Praça da Cruz Caída (Foto: Ana Albuquerque) |
A coordenadora geral do Fórum Permanente de Quadrilhas Juninas e idealizadora festival, Soiane Gomes, afirmou que a realização do evento faz com que Salvador dê um primeiro passo no reconhecimento das quadrilhas, entendendo que é necessário investir neste segmento com subsídios e editais.
“O coletivo é parte essencial da quadrilha, que tem esse nome porque para acontecer precisa de pelo menos quatro pessoas e vai crescendo assim, de quatro em quatro”, explicou.
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Diretora do Asa Branca, Elis Regina valorizou a iniciativa do festival e disse ser de uma importância muito grande poder comemorar o São João novamente após dois anos. “Para quem gosta da cultura junina, estes festivais são incríveis. São meses de ensaio, temos a ansiedade em mostrar o trabalho, a dedicação, então, para nós, já é um prêmio só em poder participar. Ficamos muito animados”, contou.
Diretora do Asa Branca, Elis Regina valorizou a iniciativa do festival e disse ser de uma importância muito grande poder comemorar o São João novamente após dois anos, devido ao distanciamento social provocado pela pandemia.
“Para quem gosta da cultura junina, estes festivais são incríveis. São meses de ensaio, temos a ansiedade em mostrar o trabalho, a dedicação, então, para nós, já é um prêmio só em poder participar. Ficamos muito animados”, contou.
Os meses foram reduzidos: Tina conta que o planejamento mínimo para colocar uma quadrilha na rua demanda seis meses e a apresentação desta segunda (20) foi organizada em três meses, metade do tempo.
“Isso prova a competência que temos e ver o público aqui mostra o tamanho de nossa importância para as pessoas que vivem essa experiência”, contou Tina.
Fernando Guerreiro, presidente da Fundação Gregório de Matos (FGM), estava presente a destacou que o São João é uma festa com diversas expressões populares culturais. Desde o tradicional forró até o samba junino e as próprias quadrilhas. Guerreiro também pontuou que é necessário investir em todas essas manifestações, por conta da importância que tem para os bairros da cidade, movimentando uma cadeia de identidade e produção.
Iniciado no sábado (18) com a apresentação do Forró do ABC, o I Festival de Quadrilhas Juninas no Centro Histórico vai reunir mais quatro apresentações, sempre às 20h, até o próximo dia 26. Também passarão pela Arena Arromba Chão os grupos adultos Junina Capelinha (dia 21) e Imperatriz do Forró (dia 22), além dos infantis Forró do Luar (dia 25) e Germe da Era (dia 26). Uma grande oportunidade para o público conferir uma das principais manifestações culturais do período, que foi se profissionalizando ao longo do tempo e encanta cada vez mais as pessoas com um belo espetáculo de dança, vestimentas e paixão pela tradição do São João.
A ideia da FGM é de que, nos próximos anos, a iniciativa seja ampliada com mais grupos soteropolitanos e coloque para o mundo todo potencial para ser, sim, a nossa Broadway.