Com direção de Marcelo Miyagi, filme cobre os bastidores do grupo da cidade mineira de Congonhas – um dos poucos no Brasil especializados em música colonial
O que sai da mistura da música sacra antiga, as esculturas de Aleijadinho e um apreço profundo pela história colonial de Minas Gerais? A resposta é simples: inspiração para a criação de um dos grupos vocais mais respeitados do país. Pois foi essa a receita usada pelo maestro Herculano Amâncio quando decidiu criar, em 1988, o Coral Cidade dos Profetas.
“Está tudo amarrado no nome, né? Congonhas é a cidade dos profetas, que é a obra-prima do Aleijadinho, que é quem representa como ninguém a arte suprema de Minas. Com nome desses, ninguém pergunta mais de onde a gente vem”, salienta o regente, que segue até hoje à frente do grupo.
Com mais de trinta anos de trajetória, o coral – que é um dos poucos no Brasil a valorizar e difundir a música colonial – ganha agora um documentário intitulado “Coral Cidade dos Profetas e a Música Colonial Mineira”, que estreia neste domingo (11), às 20h, com projeção nas fachadas das capelas dos Passos, no Santuário Senhor Bom Jesus de Matosinhos, na cidade histórica de Congonhas, na região Central do Estado. Depois do lançamento oficial, a película ficará disponível online, direto no canal oficial do Coro no Youtube.
Com direção de Marcelo Miyagi, o filme mostra os bastidores dos concertos feitos pelo conjunto vocal nos últimos dois anos durante suas apresentações pelo interior de Minas. A intenção principal é aproximar o grande público do refinamento e do legado da música sacra antiga.
“É de extrema importância se mostrar um pouco desse patrimônio riquíssimo da nossa gente. Esperamos que com esse filme a gente possa alcançar o maior número de pessoas possível e dividir com eles a beleza e valor histórico dessa arte”, frisa o maestro Amâncio.
Além dos bastidores, o documentário traz depoimentos de membros importantes do Coral, que revelam um pouco da história do grupo.
“Para definir o trabalho do Coral Cidade dos Profetas, nada melhor do que ouvir dos próprios integrantes contando suas experiências, trajetórias e o dia a dia. Reunimos também a opinião de historiadores e especialistas em música colonial que explicam sobre a importância dos compositores escolhidos no repertório e como o Coral mantém viva a música daquele período nos tempos atuais”, revela o diretor Marcelo Miyagi.
Sons ancestrais de Minas
O maestro Herculano Amâncio explica ainda, que o filme tem o potencial de ser o veículo perfeito para levar as belezas inigualáveis da história da música mineira para as novas gerações.
“Com um projeto desses, a gente quer mostrar que é possível ainda nos mundo moderno praticar essa música tão bonita e ancestral. Nós temos ainda cerimônias nas igrejas, no ritual católico, em que essa sonoridade única pode ser ainda executada. Acho que vale a pena passar para frente esse legado para uma juventude que pode estudar e aprender a entender e gostar dessa tradição mineira”, acrescenta.
Vozes do tempo
Fundado em 1988 por um grupo de interessados em aprender música, o Coral Cidade dos Profetas surgiu, de acordo com Herculano, com a preocupação de aliar arte musical à arte arquitetônica barroca, grande patrimônio da cidade de Congonhas. Ao se especializar na interpretação de música sacra antiga, notadamente a colonial mineira, o grupo se tornou um dos principais em atividade a divulgar essa arte antiga e tão central na constituição da cultura de Minas Gerais.
Serviço:
O quê: Lançamento do documentário “Coral Cidade dos Profetas e a Música Colonial Mineira”
Quando: Domingo (11), às 20h
Onde: Santuário Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, com projeção nas fachadas das capelas dos Passos. Na sequência, o filme estará disponível no canal oficial no youtube do Coral Cidade dos Profetas
Quantos: Livre