Líder global na fabricação de veículos elétricos, a China promete tomar medidas para conter a expansão acelerada de sua indústria automotiva elétrica.
A decisão surge em resposta a crescentes taxações e legislações que impactam as exportações chinesas, especialmente na Europa e nos Estados Unidos.
No Brasil, o governo federal decidiu retomar, gradativamente, a cobrança do imposto de importação de 35% para veículos híbridos e elétricos fabricados fora do país.
Anúncio do governo chinês
Na última semana, o vice-ministro da Indústria e Tecnologia da Informação da China, Xin Guobin, afirmou que o governo tomará medidas enérgicas para enfrentar o que eles chamaram de estabelecimento “cego” de novos projetos de veículos elétricos.
Hoje, o elétrico mais barato à venda na Europa é o Dacia Spring, modelo idêntico ao Renault Kwid E-Tech vendido no Brasil por R$ 123.490. Por lá, o subcompacto parte de 20.400 euros, cerca de R$ 110 mil.
Em 2024, a BYD promete lançar o Seagull, que também chegará ao Brasil neste ano com o nome de Dolphin Mini, por cerca de 10 mil euros (R$ 53 mil na conversão direta). Aqui, o modelo deve ficar na faixa dos R$ 100 mil.
Europa está 5 anos atrasada
Além de liderar a produção global de veículos elétricos, a China tornou-se o principal exportador mundial de novos carros de todos os tipos, superando o Japão. Análises indicam que as montadoras europeias estão cinco anos atrasadas em relação ao progresso das marcas chinesas em carros elétricos.
Em 2023, a União Europeia iniciou uma investigação sobre os baixos preços dos carros elétricos chineses no continente, alegando que esses preços são “artificialmente mantidos baixos por enormes subsídios estatais”. Isso evidencia uma preocupação global com a concorrência desleal no setor automotivo elétrico.
EUA podem aumentar impostos também
Governos da União Europeia, Estados Unidos e do Reino Unido têm adotado medidas para impulsionar suas próprias indústrias de veículos elétricos e conter o avanço rápido dos fabricantes chineses.
A administração do governo Biden, por exemplo, estuda aumentar a taxa de importação de veículos chineses adotada desde a gestão de Donald Trump, dos atuais 25% para 27,5%. A medida, porém, ainda depende de aprovação no Congresso dos EUA.
O principal temor do governo Biden, no entanto, é que as marcas chinesas façam investimentos massivos para produzir seus modelos no vizinho México, que pode ser usado como ponte para importação aos EUA.
Enquanto o Reino Unido também expressa preocupações com seu mercado local, investigando a dependência excessiva de componentes fabricados na China.