Além do lixo, cratera atrapalha trânsito de alunos e familiares perto do Cmei / Foto: Cedida
“O caminho da escola ao invés de ser florido, a paisagem é só lixo, urubu. eu sinto um profundo desgosto. Do jeito que está, não dá mais para continuar”, disse Sírlia Lima, diretora do CMEI Padre Sabino Gentille, localizado no bairro de Pajuçara, na Zona Norte de Natal. O relato angustiante feito ao AGORA RN veio após uma série de reclamações voltadas ao acúmulo de lixo nas proximidades do centro de educação infantil.
De acordo com a diretora, o problema relacionado ao lixo na região começou com a população local e, logo em seguida, com moradores de bairros próximos. Com o passar do tempo, segundo Sírlia, o lugar começou a ficar poluído também com o lixo de empresas particulares que passaram a despejar entulhos nas proximidades.
Como consequência do acúmulo de lixo, a gestora relata o perigo que está causando nos servidores e nos estudantes. “Isso tem trazido várias complicações para nós enquanto profissionais e para as nossas crianças, porque estamos em tempo de dengue, que está se espalhando, virando uma epidemia. Além da dengue, as moscas começaram a aparecer e a gente fica exposto a todo tipo de doença devido a essa falta de educação das pessoas. Já virou um problema crônico e a gente quer solucionar”, enfatizou.
Em relação aos responsáveis pelas crianças da escola, Sírlia conta que reuniões já foram feitas com eles para tentar solucionar o problema, assim como abaixo assinados, inclusive na antiga gestão administrativa do CMEI. “Não deu em nada. Às vezes, eles [os pais] acham que nós, como diretoras, temos que fazer alguma coisa, mas a gente faz e não dá resultado”.
Além do lixo, a diretora relata outro acontecimento que tem causado problemas para a população local, a abertura de uma cratera. Segundo ela, a cratera já foi fechada pela prefeitura antes, mas com as chuvas, é reaberta e com isso, o lixo acaba acumulando. “Além das doenças que o lixo pode trazer, vem encher as bocas de lobo. Recentemente, nas últimas chuvas, tiveram casas invadidas pela água no conjunto por causa disso”.
DENÚNCIA. No dia 5 de fevereiro, Sírlia Lima fez uma denúncia ao Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN). No documento, ela contou os problemas ocasionados pelo acúmulo de lixo e solicitou que medidas fossem tomadas pelo órgão. No entanto, ela informou que o MPRN respondeu afirmando que ela precisava “ter provas mais contundentes”.
“Nós enquanto CMEI, já fizemos várias ações pedagógicas, já levamos as crianças para fazer esses movimentos e chamar a atenção, mandei para o Ministério Público e ele nem se sensibilizou. Se uma autoridade como essa não tem capacidade de fazer isso, o que nós podemos fazer?”, questionou.
Ó AGORA RN entrou em contato com o MPRN para conversar sobre o assunto, mas não obteve respostas até o fechamento desta matéria.
Já sem esperanças, a diretora diz que sente que falta alguma autoridade para controlar a situação. “Acho que precisa colocar câmeras e punir quem faz isso e também colocar alguns guardas municipais nas proximidades. Eu sinto um profundo desgosto”, lamenta.