O que inicialmente era promessa de melhora está causando transtorno para despachantes veiculares de Belo Horizonte. Eles reclamam de demora no atendimento de uma empresa na região Leste da capital. Alguns relatos dão conta de uma demora que chega a cinco horas.
O despachante Márcio Gustavo Oliveira Reges, de 54 anos, conta que chegou ao local às 13h40. Ele afirma que demorou mais de uma hora só para conseguir uma senha de atendimento. “Uma hora e meia só para ser atendido e gerar só uma ficha. E só para atender outra cliente, a recepcionista gastou 40 minutos”, relata.
Ainda segundo observou o despachante, outras pessoas que buscam atendimento no local também levaram tempo excessivo. “Teve um cliente que levou três horas e meia para finalizar o atendimento”, lembra Márcio, que afirma que o tempo de atendimento era menor na época que era realizado pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran). “Levava no máximo 30 minutos”, recorda.
O despachante Cláudio César Guimarães, de 69 anos, também acredita que havia mais agilidade na vistoria feita pelo Detran. Ele afirma que o problema se repete em outras empresas de BH e alega que a inexperiência das empresas atrapalha. “Eles não têm conhecimento. No Detran, o vistoriador fazia um curso de seis meses. Já elas (empresas) não têm muita experiência”, diz.
Posicionamento
Em conversa com a reportagem, um dos responsáveis pela empresa questionada, que pediu anonimato, disse que o processo de vistoria está demorando mais porque ficou mais rigoroso. “Nem todos os itens avaliados na empresa eram avaliados no Detran. Temos aqui mais de 100 itens que são analisados, entre fotos que são todas e vídeos que fazemos do veículo”, disse o representante.
Ainda conforme o responsável, parte da insatisfação se deve ao costume que a população tinha com o ritmo do Detran. “Acho que as reclamações são compreensíveis até um ponto, mas a pessoa não entende todo um processo de mudança e o que é analisado a partir disso”, pontua.
O responsável pela empresa também apontou outro fator que pode estar gerando demora: a falta de agendamento prévio por parte dos motoristas.
“Existem pessoas que, quando chegam à empresa, já fizeram uma vistoria. E saiu um apontamento em que ela precisou voltar para uma nova análise do veículo. Mas muitas pessoas não entram no site da Prodemg e vêm direto fazer a vistoria. E aí geram um fluxo que a gente não estava esperando no dia”, conclui.
Às 18h14 desta quinta-feira (11), O TEMPO solicitou um posicionamento do Sindicato das Empresas de Vistorias Veiculares em Minas Gerais e aguarda retorno. Em caso de resposta, esta reportagem será atualizada.