Meus amigos e minhas amigas, a discussão está em redes sociais, rádio, TV, rodas de amigos, café da manhã: o episódio vastamente divulgado em que um marginal tenta assaltar uma loja de celulares em Angra dos Reis. A coisa dá errada, ele faz refém uma funcionária e sai com uma arma colada na cabeça dela no centro, na hora do almoço.
Minutos antes, outros dois comparsas foram presos pela PM. O piloto de fuga que aguardava na esquina conseguiu escapar, e o personagem central da ocorrência, covardemente, sacou uma pistola 9 mm e transformou uma jovem em escudo humano. Verdadeira cena de filme policial em um dos municípios mais visitados do Rio de Janeiro. Ruas cheias, carros circulando e o marginal ali, apontando a arma para a cabeça da jovem, que suplicava para a polícia não atirar.
O bandido desalmado perambulou por mais dois quarteirões, quando foi prontamente abatido por um policial civil que passava pelo local e presenciou as cenas de extrema violência. Socorrido, o assaltante teve a morte constatada em um hospital da cidade.
Algumas pessoas que defendem marginais dizendo que são vítimas da desigualdade social criticaram a ação policial. Em qualquer lugar sério, os policiais teriam sido aplaudidos e receberiam elogios públicos dos seus superiores. Aqui, aqueles que salvaram a vida da refém tiveram suas armas recolhidas, vão prestar contas à Justiça e ficarão fora do trabalho até segunda ordem.
Como cidadão, presto aqui as mais sinceras homenagens aos heróis fluminenses que, com calma e destreza, preservaram a vida da vítima e de dezenas de outras pessoas. Ninguém está incentivando a violência, mas, entre um pai de família e um bandido, que os médicos do Instituto Médico-Legal periciem o corpo do marginal. Sempre digo que lugar de bandido é na cadeia, mas, se colocar a população em risco ou reagir a uma abordagem legal por parte da polícia, aí a coisa muda de figura: lugar de bandido passa a ser no cemitério.
Um grande abraço e até a próxima semana.