Em meio à explosão de casos de dengue um bota-fora às margens da avenida Tereza Cristina, no bairro Calafate, região Oeste de Belo Horizonte, a poucos metros do ribeirão Arrudas, causa revolta e medo da propagação da doença na capital mineira. O TEMPO flagrou, nesta terça-feira (30 de janeiro), o espaço de descarte irregular de lixo com água parada em pneus, recipientes e até uma espécie de lago que se formou com as chuvas. Uma limpeza está prevista para ocorrer nesta quarta-feira (31 de janeiro), segundo a prefeitura.
O infectologista Leandro Curi alerta sobre o perigo de espaços com acúmulo de água parada. “Neste caso específico não dá para saber se, de fato, é o Aedes aegypti, apesar de parecer bastante. Fato é que as pessoas só se atentam com estes depósitos na época de casos de dengue. Porém, é importante destacar que os ovos são depositados na estação seca. A maioria destas larvas já estavam esperando a água chegar para eclodir”, afirma.
Curi informa que o ovo pode durar até mais de um ano à espera da água. “É importante sempre mantermos limpos os locais de superfícies que podem acumular água na estação chuvosa. Não temos que esperar chegar dezembro e janeiro para eliminar, por exemplo, os pneus e outros locais semelhantes. É muito difícil vencermos a dengue se não fizermos o nosso dever, que passa, justamente, pela higienização de locais de ovipostura durante o período seco”.
“Não adianta se preparar quando há um exército de mosquitos no ar eclodindo. É desesperador fazer campanha somente no período em que os ovos estão eclodindo. Dengue é risco o ano todo”, complementa Leandro Curi.
O que diz a PBH
Procurada, a prefeitura informou que a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) realiza periodicamente limpeza em uma área no local descrito pela reportagem e que é considerada um ponto crítico de deposição clandestina. “Quarta-feira (31 de janeiro), será realizada novamente uma limpeza no local, já programada”, esclareceu.
Dengue em BH
A capital mineira, segundo o Balanço de Dengue e outras Arboviroses tem 665 casos confirmados até 26 de janeiro. Há 4.083 casos notificados pendentes de resultados de exames laboratoriais e avaliações epidemiológicas. Foram investigados e descartados 420 casos”, esclareceu. Não há mortes em decorrência da doença.