Quem procurou atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Odilon Behrens, no bairro São Cristóvão, região Noroeste de BH, relatou insatisfação com o serviço prestado no local, nessa sexta-feira (19). Entre as reclamações está a demora no atendimento. A unidade recebeu muitos pacientes com sintomas de dengue.
A atendente de telemarketing Thaíssa Marçal de Castro, de 27 anos, foi à unidade devido a uma dor de ouvido. Ela explica que o caso dela não é grave, mas relata ter visto outras pessoas e situação mais séria demorando para receber atendimento. “Tem gente que eu vi reclamando que está aqui há muito tempo, desde manhã, bem cedinho”, contou a mulher, às 17h30 desta sexta-feira (19).
A demora no acolhimento a outras pessoas também foi flagrada pela operadora de radiotáxi Carla Helena de Jesus, de 42 anos, que acompanhava o filho de 16 anos na unidade, devido aos sintomas de dengue apresentados pelo jovem. “Está muito cheia. Ele (filho) ainda foi atendido rápido por causa da febre. Mas tem gente que chegou aqui de manhã e está aí até agora, desde 9h”, relata.
Outra situação que Thaíssa Marçal conta ter presenciado é a falta de cadeira de rodas. Segundo a mulher, um paciente necessitou do equipamento e não pôde contar com ele. “Teve um senhor que tinha acabado de sair. Ele parecia que ia ter um derrame, colocou a mão no peito, ficou bem acelerado. E não tinha uma cadeira de rodas”, reclama a mulher.
Thaíssa de entristece com a situação, que na avaliação dela, prejudica pessoas mais necessitadas. “É um absurdo. A gente pode ver que a maioria das pessoas que precisam deste atendimento são pessoas de baixa renda, que não têm condições de procurar um plano de saúde melhor, não tem convenio. São pessoas que precisam de uma boa assistência médica”, protesta.
O que diz a prefeitura
Por meio de nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que a UPA Odilon Behrens estava com equipe médica completa, com oito médicos, nessa sexta-feira. “O grande número de casos classificados como verde pode aumentar o tempo de espera para os pacientes com queixas de menor gravidade”, afirmou a administração municipal no comunicado.
A prefeitura ainda negou que haja falta de cadeiras de rodas na unidade. “Em dias de maior demanda, o equipamento é usado por alguns pacientes com mobilidade reduzida durante o período em que ainda estão em observação”, argumentou.
Ainda conforme a prefeitura, “a UPA conta também com profissionais, nos plantões diurnos e noturnos, que são orientados a realizar o remanejamento dos assentos na unidade. Cabe ressaltar que todos os pacientes que procuram as UPAs são atendidos”, finalizou no comunicado.