Responsável pela investigação da morte de Marcelo Aloizio de Arruda até a manhã desta segunda-feira (11), a delegada da Polícia Civil Iane Cardoso costumava fazer diversas postagens anti-PT em suas redes sociais.
Marcelo, que era um guarda civil filiado ao PT, foi assassinado na noite de sábado (9) por Jorge José da Rocha Guaranho, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo comunicado da Secretaria da Segurança Pública do Paraná (SESP), Iane Cardoso não é mais a delegada titular do caso, que passou para Camila Cecconello, chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A pasta não explicou a troca.
No Facebook, Iane não fez publicações enaltecendo o atual presidente.
Em 2016, ela se posicionou a favor do impeachment de Dilma Rousseff. Ela também criticou casos de corrupção envolvendo políticos do PT, fazendo um post ligando diretamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos desvios.
“Alguém precisa estudar a mente dos petistas. Não é normal isso não”, escreveu em 2016. “E ainda tem gente que defende esse comportamento! Não bastasse cuspir, ainda proferiu diversas inverdades sobre esse fato nas redes sociais! Vergonhoso”, escreveu, referindo-se à cusparada dada por Jean Wyllys em Bolsonaro no mesmo ano.
Em entrevista ao blog da Andréia Sadi, no G1, ainda antes de ser afastada do caso, a delegada afirmou não considerar que suas opiniões políticas poderiam trazer prejuízo às investigações.
“Não me defino como petista, nem como bolsonarista. Trato o presente caso como sempre tratei todas as investigações que presidi durante toda a minha carreira: com responsabilidade, honestidade, parcimônia e visando sempre aplicação da lei, em busca da justiça”, afirmou à jornalista.