Um corpo no mundo: a importância de amar e aceitar nosso corpo
Todo mundo que nasce tem um corpo. E o corpo, em essência, é a nossa maneira de nos relacionarmos com o mundo ao nosso redor, de existir e de experimentar a vida. No entanto, muitas vezes a teoria sobre o corpo é muito mais poética do que a prática: cada corpo é único, mas em uma sociedade doente como a nossa, alguns corpos são considerados mais dignos do que outros.
Quantas pessoas param diante do espelho do banheiro, antes do banho, e criticam seus corpos, ao invés de se sentirem gratas por todas as histórias que esses corpos carregam? A sociedade nos ensina desde cedo a não amar nossos corpos. Mulheres são constantemente pressionadas a procurar defeitos e imperfeições em seus corpos, disfarçando aquilo que é considerado “muito marcante” para não chamar a atenção. Mas quem se beneficia com essa constante insatisfação? A indústria da beleza lucra explorando as inseguranças das mulheres, vendendo produtos mais caros simplesmente por serem direcionados a elas.
É preocupante como cada vez mais cedo as pessoas aprendem a odiar seus corpos. Antigamente, os cuidados com a pele e a beleza eram algo mais comum na idade adulta, mas hoje vemos um crescente mercado voltado para crianças e adolescentes obcecados com rituais de beleza, cremes e produtos que muitas vezes fazem mais mal do que bem. E mesmo com todos esses esforços, muitas dessas pessoas não se sentem bonitas. E a pergunta que fica é: por que não somos ensinados a amar nossos corpos desde o início?
A sociedade impõe padrões irreais de beleza e perfeição, fazendo com que muitas pessoas se sintam pressionadas a se encaixar nesses moldes. A ideia de que “mulher tem que sofrer para ficar bonita” é algo que permeia nossa cultura, tornando a aceitação do próprio corpo uma tarefa árdua e desafiadora. Mas e se mudássemos a nossa perspectiva? E se olhássemos para o nosso corpo com gratidão, enxergando-o como o fiel companheiro que nos sustenta, nos leva e nos protege?
Lembro-me de uma história de minha tia, que costumava exibir uma foto dela aos vinte anos, onde sorria sentada em um muro com as pernas de fora. Mesmo sendo uma imagem de uma beleza pura, ela confessou que, naquela época, se achava feia. Essa história sempre me faz refletir sobre a importância de aceitar e amar a si mesmo em todas as fases da vida.
A autora Mariana Paiva, escritora, jornalista e doutora em Teoria e História Literária, nos lembra da necessidade de mudar nossa relação com o nosso corpo. Em um mundo que constantemente nos bombardeia com padrões inatingíveis de beleza, é fundamental resgatar a gratidão e o amor pelo nosso corpo, valorizando-o como o templo que nos acompanha em todas as jornadas da vida.
Em última análise, a jornada para amar e aceitar o nosso corpo é uma jornada de autodescoberta e empoderamento. É hora de valorizarmos a nossa singularidade e reconhecermos a beleza em todas as suas formas e manifestações. O corpo é a nossa morada neste mundo, e é essencial que aprendamos a cuidar e respeitar esse templo sagrado que nos foi dado. É hora de reconhecer a beleza em nossa diversidade e celebrar a beleza única de cada corpo.