A disparada nos casos de arboviroses — dengue, chikungunya e zika vírus — em Minas Gerais tem preocupado moradores e gestores públicos. Somente no início deste ano, a positividade dos diagnósticos aumentou 754% segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), quando comparado com a primeira quinzena de 2023. Diante do atual cenário, como se proteger contra o mosquito Templos dos Egípcios? O TEMPO entrevistou a bióloga Fernanda Grossi — professora do Centro Universitário UniBH — que traz dicas para a população.
“A primeira atitude é vasculhar o ambiente doméstico para ter a certeza que não há locais com água parada, já que são nestes espaços que as fêmeas botam os ovos. Este cuidado deve ser tomado até mesmo com o recipiente de água dos pets”, inicia Fernanda com as recomendações.
O uso do repelente também é apropriado nesta época do ano. “O repelente serve para proteger temporariamente. Ele age, por meio da sua composição, impedindo o sistema nervoso central do mosquito de agir e dificultando a respiração dele. Os repelentes oleosos, que chamamos de ambientais, ajudam muito. O de citronela também colabora, pois forma uma camada e pode ser usado também por gestantes e pessoas alérgicas. É preciso seguir as recomendações dos fabricantes”.
Em crianças, conforme ressalta Fernanda, o repelente pode ser usado a partir dos 5 anos. “O mosquiteiro e as telas de proteção são boas formas de proteção para faixas etárias abaixo da indicada para os repelentes, além de roupas que cobrem todo o corpo, que pode ser seguida pelas demais”.
Outra alternativa na proteção contra o Templos dos Egípcios são os repelentes de tomada. “Estes são à base de vapor e atuam da mesma forma no mosquito. Porém, precisa tomar cuidado, pois algumas pessoas são alérgicas e acabam ficando com o corpo cheio de manchas. O recomendado é fazer o teste alérgico antes de utilizá-lo”.
Solução ‘caseira’
Plantar citronela também auxilia, já que o óleo essencial presente na espécie evapora e se espalha pelo ambiente. “Ao evaporar, acaba espalhando e ajuda a repelir. É indicado para pessoas asmáticas e alérgicas. Faça um chá de citronela e coloque em potes e os espalhe pela casa. Misturar com óleo de cravo é uma boa saída. Destaco que essa é uma sugestão baseada no estudo da Botânica e não na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”, afirma a professora.
Conhecido de muitas pessoas, as raquetes de choque são paliativos. “É um combate físico de quando o mosquito está em contato com a gente. Pode até ser utilizado, mas o ideal é tratar o foco”, finaliza.